Polícia busca dono de embarcação clandestina que naufragou no Pará, próximo à Ilha de Cotijuba

Dona Lourdes 2: barco fazia travessias de Marajó a Belém sem autorização (Reprodução)
Com informações do Infoglobo

BELÉM (PA) – Chegou a 13 o número de mortos após o naufrágio de uma lancha do tipo catamarã, em local próximo à Ilha de Cotijuba, em Belém (PA). A embarcação tinha capacidade para 82 pessoas e fazia um trajeto, na manhã da quinta-feira, 8, da Ilha de Marajó até a capital paraense de forma clandestina e com a lotação próxima ao limite. Ao todo, 65 sobreviventes foram resgatados, mas equipes da Marinha e do Corpo de Bombeiros ainda fazem buscas.

A Polícia Civil, que investiga o caso, já identificou Marcos de Souza Oliveira como sendo o responsável pelo barco que levava o nome de Dona Lourdes 2. Ele é procurado e deverá ser indiciado por homicídio doloso, quando há intenção de matar, por ter assumido o risco pelo acidente, mesmo após ter recebido reiteradas notificações da Agência de Regulação e Controle de Serviços Públicos (Arcon) para que não circulasse com suas embarcações. A informação foi compartilhada pelo secretário de Segurança Pública do Estado, Ualame Machado, nesta sexta-feira, 9.

Maioria das vítimas são mulheres

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Pará (Segup), as vítimas da tragédia são 10 mulheres, uma criança e dois homens. Sete corpos já foram levados para sepultamento, em Marajó, e outros quatro em Belém. Os outros dois, achados nesta sexta-feira, ainda estão no Instituto Médico-Legal (IML). Ao todo, nove embarcações do Corpo de Bombeiros e duas da Marinha do Brasil, além de um helicóptero do Grupamento Aéreo, continuam as buscas por possíveis desaparecidos.

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A Polícia Civil, por sua vez, reforçou que instaurou um inquérito policial para investigar o naufrágio e acrescentou que está adotando todas as medidas cabíveis dentro das suas atribuições para responsabilizar, criminalmente, os responsáveis.

Na manhã de quinta-feira, momentos após o acidente, os órgãos paraenses chegaram a afirmar que 14 pessoas haviam morrido na tragédia, mas no início da noite a informação foi corrigida para 11 vítimas. Nesta sexta-feira, mais dois corpos foram achados e o número chegou a 13.

“Quebrou a hélice da lancha”

Nas redes sociais, moradores registraram o momento em que corpos eram tirados da água e colocados na areia de uma praia próxima ao acidente por pescadores e barqueiros. As imagens fortes mostram o desespero das pessoas e relatos de que havia crianças e até mulher grávida embarcados. Uma das gravações mostra o relato de uma sobrevivente:

“Quebrou a hélice da lancha, quando a gente viu começou a entrar água e a lancha foi afundando… meu Deus do céu”, disse a vítima, aos prantos.

Ainda na quinta-feira, o governador Helder Barbalho também afirmou que a lancha fazia o trajeto Ilha de Marajó x Belém sem autorização.

“Esta embarcação era clandestina. Inclusive, o proprietário tinha sido notificado por uma outra embarcação, por três vezes, pela agência reguladora (a Arcon-PA) e isso foi informado à Marinha. A outra embarcação tinha sido suspensa, ele pegou uma terceira embarcação, com essa ambição desmedida por continuar mesmo que clandestinamente trabalhando, e aconteceu essa tragédia — disse Barbalho. — Agora, é solidariedade às famílias, buscar salvar aqueles que ainda estão desaparecidos e a Polícia Civil atuar de maneira firme para culpar o causador dessa tragédia horrorosa que lamentavelmente aconteceu.

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