Hidrogênio Verde: projeto de geração de energia limpa será desenvolvido em hidrelétrica do AM

Maquete do empreendimento (Mayara Subtil/Revista Cenarium Amazônia)
Mayara Subtil – Da Revista Cenarium Amazônia

SÃO PAULO (SP) – Rumo ao desenvolvimento de energias limpas no Brasil, um projeto de geração de hidrogênio verde será desenvolvido na Usina Hidrelétrica de Balbina, localizada em Presidente Figueiredo, no Amazonas. A proposta faz parte de um combo de cinco planos selecionados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), em parceria com a Eletronorte, para pôr em prática soluções que mirem uma economia de baixo carbono no País.

O valor máximo estimado para desenvolver os projetos pelo Senai é de R$ 12 milhões, a serem executados em até três anos. Os trabalhos foram apresentados durante o 10° Congresso Internacional de Inovação da Indústria, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que reuniu cerca de 7 mil pessoas para debaterem soluções sustentáveis à indústria na última semana, em São Paulo.

[O objetivo] é trazer uma solução que fosse a mais adequada para fazer a descarbonização da Amazônia. A origem toda da energia é por células fotovoltaicas. Metade das células fotovoltaicas serão instaladas em uma célula líquida, no lago, e metade terrestre, perto da usina. E a gente tem uma expectativa de que a energia produzida sobre o lago seja melhor do que sobre a terra, pois os modelos matemáticos apontam para essa direção. É a primeira vez que vamos fazer uma análise prática, não teórica, de como vai ser essa experiência de produção de energia”, explicou à REVISTA CENARIUM AMAZÔNIA Elvio Dutra, diretor do Instituto Senai de Inovação em Manaus, ligado à Suframa.

Usina Hidrelétrica de Balbina (Reprodução/Ascom Presidente Figueiredo)

A proposta para geração de hidrogênio verde prevê a implantação de placas de energia solar no rio e nas redondezas em que já tem a hidrelétrica na região. Outros dois planos vão dar apoio para esse sistema. Um deles envolve a criação de um gerador que queima hidrogênio.

O que não existe no País é um grupo gerador que use o hidrogênio, uma fonte limpa de energia, produzido aqui dentro do nosso território nacional”, disse Marina Lodi, gerente de pesquisa e desenvolvimento da Eletrobras.

O hidrogênio verde é reconhecido como o combustível do futuro, e a produção sustentável e uso eficiente têm sido temas de crescente importância na busca por soluções para a crise climática global. É obtido a partir da quebra de moléculas que contenham H2 na composição, mas difere do chamado hidrogênio cinza, já muito usado na indústria petroquímica e na produção de fertilizantes à base de amônia, que utiliza fontes fósseis, sobretudo, gás natural.

Mas há quem acredite que o País precise de mais incentivo para a produção do hidrogênio verde. E um dos pontos a ser enfrentado, por exemplo, é de ordem logística. Em um País de dimensões continentais como o Brasil, as dificuldades para transportar e armazenar o hidrogênio verde a ser produzido poderá servir como estímulo para o fomento de produções locais futuras.

Essa dificuldade de armazenamento é o que pode fazer com que, a médio e longo prazo, regiões como a amazônica busque o hidrogênio verde, uma produção própria de hidrogênio verde para abastecer, a meu ver, potencialmente, a Zona Franca de Manaus”, complementou Luiz Felipe Fustaino, diretor de Tesouraria e Comunicação Externa da Unigel, segunda maior petroquímica do País, responsável pela construção da primeira fábrica de hidrogênio verde em solo brasileiro. Os trabalhos devem começar em larga escala em 2024.

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Editado por Jefferson Ramos
Revisado por Adriana Gonzaga
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