Homem é preso em flagrante com 12 quelônios dentro do carro, no interior do Amazonas

Nos dois primeiros meses deste ano, 140 animais silvestres foram resgatados no Amazonas pelo Batalhão Ambiental. (Divulgação)

Da Revista Cenarium

Um homem não identificado foi preso nesta sexta-feira, 15, pelo manejo ilegal de quelônios no Careiro da Várzea (a 28 quilômetros de Manaus). Em flagrante, o homem estava com doze répteis de médio porte próximo a área de embarque da balsa que liga o município à capital amazonense.

Segundo a Polícia Civil, a equipe encontrou o homem por denúncias de pessoas próximas ao local. Quando abordado, conforme a equipe, o homem negou o transporte de carga ilegal. Ele foi levado à delegacia da PC do município.

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Dependendo da culpabilidade, além do histórico criminal, ele poderá ser preso por seis meses a um ano e mais multa. Nos dois primeiros meses deste ano, 140 animais silvestres foram resgatados no Amazonas pelo Batalhão Ambiental da Polícia Militar. Por espécie, foram resgatados 62 aves, 32 mamíferos, 23 répteis e 23 quelônios.

No ano passado, o Batalhão alcançou número recorde de resgates: foram 676 animais, o triplo do registrado em 2018.

Preguiças, periquitos, jacarés e cobras estão entre os animais mais resgatados pelo Batalhão. Entre o total de resgatados, quatro animais eram considerados em extinção pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). São espécies como peixe-boi da Amazônia, macaco-aranha e macaco-prego.

De acordo com o tenente-coronel, Marlon Benfica, dependendo do estado do animal encontrado é feita a soltura na mata. “Nós criamos um disque-denúncia para atender o cidadão. Quando eles ligam, mandamos uma equipe averiguar e adotamos as providências. Se o animal tiver condições, levamos para um lugar isolado e realizamos a soltura”, explicou.

Animais resgatados que necessitam de cuidados médicos, como os que são mantidos em cativeiros e que se encontram debilitados ou feridos, são conduzidos para atendimento veterinário. Para isso, o Batalhão também atua em parceria com equipes médicas compostas por veterinários e enfermeiros.

Segundo o tenente-coronel, é necessário que a população tenha cuidado com os animais silvestres que circulam nas áreas de mata e mesmo nas ruas. “Nós temos vários lugares aqui em Manaus, em via pública, condomínios, empresas, e até mesmo conjuntos. Já fomos acionados para várias situações de resgate”, disse.

Dependendo do animal, alguns podem oferecer risco. É o caso das cobras, por exemplo. “Tem que ter o máximo de cuidado possível, pois o animal pode se esconder debaixo de algum objeto. O alerta é ficar com o celular nas mãos monitorando o animal, enquanto entra em contato com o nosso Batalhão”, alertou.

A Delegacia Especializada em Crimes contra o Meio Ambiente (Dema), da Polícia Civil, atua em parceria com o Batalhão Ambiental e a titular da especializada, delegada Carla Biaggi, explica esse trabalho em conjunto.

“O Batalhão faz o resgaste, apresenta aqui na delegacia, e fazemos um procedimento criminal, principalmente quando são casos de manter o animal silvestre em cativeiro”, disse Biaggi.

Conforme o artigo 29 do Código Ambiental, matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida, pode resultar em detenção de seis meses a um ano e multa.

A autoridade policial também explica como é feito o procedimento de perícia. “Fazemos a perícia do animal, a do local e a oitiva do autor, que é apresentado juntamente com a testemunha. Inclusive, recebemos várias ocorrências relacionadas a animais silvestres que foram resgatados, nesse ano, e em todos foi feito o procedimento criminal. Após isso, encaminhamos para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama)”, enfatizou.

Denúncia 

Para denúncias ou pedidos de resgate, o telefone do Batalhão Ambiental atende pelo número (92) 98842-1553. O número da Dema é o (92) 99962-2340. As denúncias também podem ser feitas ao 181, o disque-denúncia da SSP-AM.

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