Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium
MANAUS – A miséria que atinge o Pará é a quarta maior do Brasil, segundo uma pesquisa divulgada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). De acordo com o levantamento, o Índice de Miséria Regional no Estado é de 70,6% e está acima da média brasileira (65,3%) — quanto mais perto de 100 pior é a situação. Além disso, 32,6% da população desistiu de procurar emprego ou está desempregada na região.
Para a economista Denise Kassama, vice-presidente do Conselho Federal de Economia (Cofecon), o País já vivia uma crise econômica desde os anos de 2013 e 2014 e a pandemia da Covid-19 somente acentuou uma situação que já era crítica. A pesquisa não cita o Amazonas, mas a especialista destaca que o Pará enfrenta problemas similares ao do Estado.
“O Pará tem problemas similares ao do Amazonas, em grau um pouco menor. Grandes distâncias que encarecem a logística. A diferença é que possuem mais estradas. A renda já estava ruim antes da pandemia e ficou pior”, pontuou Denise Kassama.
De acordo com o indicador por região, calculado pela UFRJ, Bahia lidera entre os Estados brasileiros analisados, com um índice de miséria em 89,9%, seguido pelos também nordestinos Pernambuco (83%) e Ceará (81,9%) e pelo Pará (70,6%), do Norte. A média brasileira, de 65,3%, é a maior da série histórica iniciada em 2012.
Desemprego
Segundo o estudo, a taxa de subutilização (desempregados, os que desistiram de procurar emprego, os que trabalham menos do que gostariam), na Bahia, é a maior entre os Estados brasileiros, com 42,1%. A Região Nordeste também aparece na frente com Pernambuco (36%), seguido pelo Ceará (35,8%), e, no Norte, pelo Pará (32,6%). No Sudeste, Rio de Janeiro (25,5%) lidera. A média do País é de 27,2%.
Quanto à renda domiciliar per capita, dos 20% mais pobres (em R$), chama a atenção a diferença entre os Estados do Nordeste e Norte, que têm resultado pior que a média brasileira, para os do Sul e Sudeste e o Distrito Federal, que tem média melhor.
No Nordeste, Pernambuco surge mais uma vez na frente, tanto regionalmente quanto nacionalmente. De acordo com a pesquisa da UFRJ, o rendimento médio dessa população, no Estado, é de R$ 90 mensais, já na Bahia, R$ 102,50, na Região Norte, no Pará, é de R$ 121. A média do Brasil é maior, no valor de R$ 187,50 em 2021.
Já no Sul, o Rio Grande do Sul lidera em território nacional, na renda domiciliar per capital, dos 20% mais pobres, com rendimento de R$ 377,50, segundo o levantamento. Paraná, também no Sul, a população tem renda de R$ 317,50 ao lado do Distrito Federal, no Centro-Oeste, o mesmo valor.
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