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Instrutor que matou aluno em clube de tiros, em Rondônia, tem absolvição negada pela Justiça
À época, o instrutor foi preso em flagrante e alegou que agiu em legítima defesa (Thiago Alencar/CENARIUM)
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16 de fevereiro de 2023
Iury Lima – Da Revista Cenarium
VILHENA (RO) – A Justiça de Rondônia negou, nesta semana, pedido de reconhecimento de inocência para Fábio Santos Rodrigues, instrutor de um clube de tiros localizado no interior do Estado, acusado de matar um aluno dentro da unidade. O Ministério Público estadual (MPRO) diz que a vítima foi morta com seis disparos. O caso aconteceu em setembro do ano passado.
À época, o instrutor foi preso em flagrante e alegouque agiu em legítima defesa depois que o aluno, Welly Nascimento, de 33 anos, foi até a sala dele e tentou tomar uma arma de fogo.
Absolvição negada
A denúncia foi oferecida à Justiça pelo MP de Rondônia, apontando homicídio qualificado, quando a vítima não tem possibilidade de se defender.
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Depois disso, a defesa do acusado tentou a absolvição sumária, que é quando o juiz responsável pelo processo reconhece a inocência de um réu e encerra o caso. A negativa veio porque “inexistem motivos para absolvição sumária”, segundo a Justiça.
Ao contrário do que foi divulgado na época, de que o aluno morreu com quatro tiros, o Ministério Público sustenta, em sua denúncia, que foram seis disparos de arma de fogo.
“Segundo o inquérito da Polícia Civil, instruído com laudo pericial de exame tanatoscópico, bem como depoimentos de testemunhas, a vítima chegou no referido clube de tiro e entrou na sala do instrutor, onde, ao tentar tomar o armamento do denunciado, foi alvejado por seis disparos de arma de fogo”, diz o MPRO.
O laudo pericial aponta que Welly Nascimento morreu de “traumatismo cranioencefálico”, em razão de “lesão causada pelo projétil de arma de fogo que atingiu a cabeça”. Segundo o MPRO, a Justiça “entendeu que a conduta descrita é adequada ao tipo consignado”.
O crime ocorreu na cidade de Nova Mamoré, a 280 quilômetros de Porto Velho, e é tratado na 1ª Vara Criminal da Comarca de Guajará-Mirim.
A REVISTA CENARIUM tenta localizar a defesa de Fábio Santos Rodrigues.
Vítima estava ‘atordoada’
Depois de ter sido preso, o acusado foi liberado pela Polícia Civil (PC) que afirmou a necessidade de uma “apuração aprofundada”. Além do instrutor, um outro associado do clube e a esposa de Welly prestaram depoimentos à PC.
A esposa dele disse que não havia notado nenhum comportamento diferente no companheiro. Ela só observou algo estranho após assistir às imagens de uma câmara de segurança da casa deles: Welly estava “aparentemente atordoado, vindo a passar a mão na cabeça, algumas vezes”, em tom de preocupação, antes de ir ao clube.
Já o outro aluno, que estava no clube no momento do crime, disse à polícia que não presenciou a cena, mas que ouviu os disparos. Ele contou que Welly foi até a sala do professor, fechou a porta, e que os tiros ocorreram logo em seguida. A vítima deixou esposa e uma filha.
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