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PF prende juiz de paz em RO suspeito de patrocinar vandalismo em Brasília; outro investigado está foragido
Além do pastor e juiz de paz, PF busca foragido da Justiça, em Rondônia, que financiou compra de combustível utilizado nos ataques (Thiago Alencar/CENARIUM)
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29 de dezembro de 2022
Iury Lima – Da Revista Cenarium
VILHENA (RO) – Um Juiz de paz e pastor evangélico de Rondônia, identificado como Joel Pires Santana, de 40 anos, foi preso nesta quinta-feira, 29, pela Polícia Federal (PF), na cidade de São Francisco do Guaporé, a 600 quilômetros de Porto Velho. A prisão dele faz parte de uma operação que visa identificar patrocinadores de atos de vandalismo que ocorreram em Brasília, no último dia 12 de dezembro. Um segundo suspeito está foragido.
O episódio ficou conhecido como o “dia do quebra-quebra”, parte dos atos antidemocráticos que pedem intervenção militar e contestam o resultado das urnas no 2° turno da eleição presidencial, que elegeu Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para um novo mandato no pleito deste ano.
Outro homem, de 33 anos, identificado como Ricardo Yukio Aoyama, também é alvo dos agentes federais, que tentam cumprir mandado de prisão contra ele. O suspeito mora na cidade de Ariquemes, distante 200 quilômetros da capital, e se apresenta, nas redes sociais, como apoiador do presidente da República Jair Bolsonaro (PL).
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Detidos
A prisão do pastor e juiz de paz foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Alexandre de Moraes.
Santana participou de atos extremistas em frente ao Quartel-general do Exército, no Setor Militar Urbano (SMU), na capital federal, e foi um dos patrocinadores dos atos de vandalismo registrados na cidade.
Nas redes sociais, o investigado ostenta fotos e posts em defesa de uma intervenção militar, discursos de ódio e manifestações de apoio a Bolsonaro. Ele também faz postagens sobre o trabalho como pastor e juiz de paz, função que não requer concurso ou qualificação específica. Nesta atividade, Santana celebra casamentos civis, por exemplo.
Já na casa de Ricardo Aoyama, a polícia apreendeu uma arma, quatro carregadores e diversas munições. Ele foi responsável pela compra de combustíveis durante os atos de vandalismo em Brasília, quando ônibus e carros foram incendiados, de acordo com a PF.
Ricardo não estava em casa no momento da chegada da polícia e é considerado foragido da Justiça. Ele e Joel Santana são ligados a grupos extremistas, em aplicativos de mensagens, segundo as investigações.
Operação Nero
Em apoio à PF, policiais civis do Distrito Federal cumprem 32 mandados contra suspeitos de participação nos atos de vandalismo. Em Rondônia, são oito mandados de busca e apreensão e cinco mandados de prisão preventiva, mirando nas cidades de Alto Paraíso e Monte Negro, além de São Francisco e Ariquemes; todas no interior do Estado.
A Operação Nero, como foi batizada, em alusão ao imperador romano que ateou fogo em Roma, no ano 64 d.C, também apura a tentativa de invasão à sede da Polícia Federal, em Brasília, ocorrida no mesmo dia dos protestos violentos.
Ordens judiciais também foram expedidas contra suspeitos nos Estados de Mato Grosso, Pará, Tocantins, Ceará, São Paulo e Rio de Janeiro, além de Rondônia e Distrito Federal.
“Os suspeitos teriam tentado invadir a sede da PF com o objetivo de resgatar um homem preso pela instituição no dia 12. Após serem frustrados, teriam dado início a uma série de atos de vandalismo pela cidade. As duas investigações foram encaminhadas, em razão de declínio de competência, ao Supremo Tribunal Federal”, explica a PF em nota.
Se condenados pelos crimes de dano qualificado, incêndio majorado, associação criminosa, abolição violenta do Estado democrático de direito e golpe de Estado, os investigados podem ficar presos por até 34 anos.
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