Irmãs presas por exploração sexual no território Yanomami são levadas à cadeia

Marilene Guimarães Gomes e Francisca de Fátima Guimarães Gomes são irmãs (Reprodução)
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

MANAUS – As irmãs Marilene Guimarães Gomes, 44 anos, e Francisca de Fátima Guimarães Gomes, 40 anos, presas no sábado, 18, por envolvimento em exploração sexual na parte da Terra Indígena (TI) Yanomami, localizada em Roraima, já estão na Cadeia Pública Feminina, em Boa Vista. As mulheres, presas pela Polícia Federal (PF), são apontadas como integrantes de um grupo que enganava mulheres e adolescentes com falsas promessas de trabalho no garimpo ilegal.

As prisões foram determinadas pela Justiça de Roraima e ocorreram na capital do Estado. A Corte autorizou, de acordo com a PF, quatro mandados de prisão temporária e quatro mandados de busca e apreensão. Além das irmãs presas no sábado, 18, a polícia também investiga Márcio Conceição Vieira, marido de Marilene, e Thaliny Nascimento Andrade. Ambos estão foragidos.

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As investigações tiveram início após uma adolescente de 15 anos ser resgatada na última terça-feira, 14, durante patrulhamento noturno no Rio Mucajaí, na Terra Indígena Yanomami. Ela foi levada ao garimpo com a promessa de trabalhar como cozinheira e quando chegou na região, foi obrigada a se prostituir.

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Segundo a PF, as vítimas eram captadas por meio de perfis falsos nas redes sociais. O motorista da quadrilha as levava para uma pista clandestina de onde eram transportadas de avião até o garimpo ilegal. Só no local elas descobriam que precisavam pagar pelo transporte, moradia e alimentação. A dívida já começava em R$ 10 mil.

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Na tentativa de quitar dívidas crescentes, as vítimas chegavam a realizar até 15 programas por noite. As mulheres e adolescentes exploradas sexualmente eram mantidas em cárcere privado, vivendo sob ameaças de morte, assim como suas famílias.

O coordenador-geral de repressão a crimes contra os direitos humanos da Polícia Federal, Daniel Daher, explicou que o objetivo das operações contra o garimpo ilegal é cortar os meios de financiamento da atividade ilícita para, assim, desarticular a organização.

“É um trabalho contínuo da Polícia Federal visando não só o desmantelamento dessas organizações, que atuam explorando, sobretudo, menores de idade, e também estrangulando financeiramente essas organizações. Mais importante que desmantelá-las, é estrangulá-las financeiramente, impedindo que elas deem continuidade a sua atuação”, explicou à emissora.

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