Justiça solta suspeito de envolvimento nas mortes de Bruno Pereira e Dom Phillips

Dom e Bruno. (Silvia Izquierdo/AP)
Da Revista Cenarium*

MANAUS – A Justiça Federal no Amazonas determinou a soltura de uma pessoa suspeita de participação em esquema de pesca ilegal na região do Vale do Javari, que fica na tríplice fronteira do Brasil com Peru e Colômbia.

O juiz Fabiano Verli, da Vara de Tabatinga, concedeu liberdade provisória a Laurimar Lopes Alves, “o Caboclo”, em decisão na terça-feira, 6.

Alves precisa pagar fiança de R$ 2.000 e terá de comparecer, mensalmente, à Justiça. Além disso, ele deve ficar em prisão domiciliar, com exceção de quatro horas diárias para trabalho.

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O pescador foi apontado como suposto integrante de um grupo criminoso que atua na Terra Indígena Vale do Javari. O suposto líder desse grupo é Ruben Dario da Silva Villar, “o Colômbia”, segundo investigação da Polícia Federal. Villar também foi preso e solto.

A investigação sobre a atuação de um grupo organizado para pesca ilegal, na região, foi a segunda etapa da atuação da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF) diante dos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, em 5 de junho.

Bruno e Dom foram mortos por pescadores de uma comunidade ribeirinha vizinha à terra indígena, no Rio Itaquaí, em razão da atuação do indigenista contra a pesca ilegal.

O MPF denunciou, em julho, Amarildo Oliveira, “o Pelado”, transferido para uma penitenciária de segurança máxima em Campo Grande (MS) em novembro; seu irmão Oseney de Oliveira, o “Dos Santos”; e Jefferson da Silva Lima, “o Pelado da Dinha”.

Depois, um novo inquérito foi aberto para investigar a atuação de um grupo na pesca ilegal e a conexão desse grupo com o duplo homicídio. A PF investiga a possibilidade de que os crimes tiveram um mandante.

Em agosto, a PF fez uma operação contra a pesca ilegal, no Vale do Javari, para cumprir sete mandados de prisão preventiva expedidos pela Justiça Federal.

A operação mirou parentes de Oliveira e moradores das comunidades suspeitos de ocultação dos corpos de Bruno e Dom. Eles foram assassinados em 5 de junho e os corpos só foram encontrados dez dias depois.

Tanto a decisão que determinou as prisões, em agosto, quanto a decisão da liberdade provisória não diz se Alves participou da ocultação dos corpos.

“Laurimar está preso há meses com base em duas coisas: um relato de uma pessoa da região, preocupada com a ação de grupo criminoso ligado, principalmente, à pesca ilegal, e uma espingarda achada na sua casa”, disse o juiz na decisão da soltura.

Desde a prisão, nada de novo apareceu, segundo Verli, o que justifica a concessão da liberdade.

“Essa prisão já dura algo como três meses, e prisões preventivas não podem ser mantidas, por longos períodos, sem motivos bem fortes”, afirmou o magistrado. “Foi decretada, corretamente, na urgência da hora, mas sua manutenção há de ser sempre reavaliada”.

(*) Com informações da Folhapress
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