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Líder Raoni participa de documentário que aborda a luta indígena por demarcação
Grande voz da luta indígena, Raoni protagoniza vários trechos da produção (Lilo Clareto/Isa)
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27 de abril de 2023
Bianca Diniz – Da Revista Cenarium
BOA VISTA (RR) – A Embaixada da Bélgica no Brasil realizou, na quarta-feira, 26, a primeira exibição do documentário “Amazônia, o coração da mãe terra”, uma produção que exibe a luta indígena pela demarcação de Terras Indígenas (TI’s). O líder indígena, cacique Raoni Metuktire, participou do evento e destacou a importância da preservação ambiental e demarcação de suas terras.
Grande voz da luta indígena, Raoni protagoniza vários trechos da produção. “Graças à Mãe Terra, as folhagens nos protegem e resfriam o chão. Nós respiramos ar puro e repelimos os incêndios. Não é mais o caso de todas essas regiões onde a floresta já foi arrancada. Restam apenas pequenas ilhas de floresta que eles também querem destruir. Eu não gosto disso. Não gosto nada disso”, ressalta em um trecho.
O documentário é uma criação do ativista e jornalista francês Gert-Peter Bruch, em colaboração com a jornalista e ativista ambiental Princesa Maria Esmeralda, da Bélgica, com o objetivo de exibir a luta pela demarcação das terras indígenas, o combate ao aquecimento global e a consolidação do ecocídio, violência contra o planeta, como crime no cenário internacional.
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Mensagem
A princesa Maria Esmeralda abordou a importância da mensagem da produção. “O objetivo número um é a demarcação das terras indígenas, mas isso é uma decisão do Brasil. Também existe a necessidade de ajuda e uma aliança com o resto do mundo, e estamos tentando fortalecer essa aliança para agirmos nessa situação”, comentou.
De acordo com Esmeralda, os povos indígenas estão na linha de frente da crise climática. “Não é apenas uma crise climática, mas uma crise de perda da biodiversidade, e é por isso que essa luta é tão essencial”, destacou.
Para Gert-Peter Bruch, que trabalha acompanhando a luta do cacique Raoni, há anos, no Brasil, a criação de projetos como o documentário sensibiliza o público, somando forças para a causa indígena. “O projeto é importante para lembrar da necessidade da demarcação das terras indígenas para todo o mundo. E também queremos fazer uma ligação com a necessidade do reconhecimento do crime de ecocídio em nível internacional”, comentou. “Fizemos um filme para sensibilizar o mundo e mostrar que foi por conta de algumas mulheres e homens que os povos indígenas conseguiram a atenção do mundo para a Amazônia”, enfatizou.
Lançamento
O documentário terá uma única exibição gratuita neste sábado, 29, no Espaço Itaú de Cinema, em São Paulo, antes de seu lançamento oficial em novembro deste ano. O diretor, juntamente com a princesa Esmeralda, o Cacique Raoni e outros líderes indígenas estarão presentes na exibição e participarão de um bate-papo com o público, após o término do filme. O advogado Orlando Villas-Bôas Filho e Marina Villas-Bôas, filho e viúva do sertanista Orlando Villas-Bôas também devem participar do evento.
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