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Mady Benzecry: a artista amazonense evidenciada por Janja com obra no Palácio do Planalto
“Mais cores e brasilidade no Palácio do Planalto”, disse Janja em pose para foto de Claudio Kbene (Reprodução/Instagram)
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13 de janeiro de 2023
Kell Vasquez -Da Revista Cenarium
MANAUS – A primeira-dama Rosângela Lula da Silva, conhecida como Janja, exaltou a brasilidade e a força feminina ao escolher o quadro da artista amazonense Mady Benzecry – (fala-se Mêidi) – para expor na entrada de seu gabinete, no Palácio do Planalto, em Brasília. A decisão foi anunciada nas redes sociais de Janja nesta sexta-feira, 13. “Esta obra da artista amazonense Mady Benzecry, que retrata a força da ancestralidade feminina, está exposta agora na entrada do meu gabinete. Inspiração para trabalhar muito pela valorização da cultura brasileira”, completou.
A pintura retrata mulheres com vestimentas tradicionais de religiões de matriz africana em um tipo de rito à beira do rio. “Mais cores e brasilidade no Palácio do Planalto”, disse Janja em pose para foto de Claudio Kbene.
Na leitura do historiador e artista plástico Otoni Mesquita, a escolha da primeira-dama acende alerta sobre a valorização da classe artística amazonense que, por distanciamento das grandes capitais detentoras do poder político e econômico, por vezes, acabam sucumbindo ao esquecimento.
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“Se ficamos em Manaus nos tornamos invisíveis para o resto do País. Se mudamos para o sudeste desaparecemos para o Norte. Acontece que não temos um circuito de artes para dar atenção aos artistas amazonenses. E é isso que falta, um trabalho das instituições a respeito do reconhecimento dos artistas do Amazonas”, concluiu.
Quem foi Mady Benzecry?
Mady Benoliel Benzecry nasceu em Manaus, em 19 de fevereiro de 1933, filha de duas tradicionais famílias amazonenses de ascendência judaico-marroquina – Pazuello e Benoliel. Estudou em um tradicional colégio que disciplinava mulheres ao estereótipo “moças da boa sociedade”. Aos 30 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro, residindo até sua morte, aos 70 anos, em 11 de junho de 2003.
Foi pintora, poetisa e assentou-se como uma voz poética entre os escritores judeus na Amazônia. Mady Benzecry escreveu dois livros: De todos os crepúsculos, em 1964, e Sarandalhas, em 1967, ambos ilustrados pelo artista amazonense Moacir Andrade. Na última obra, recebeu elogios de Jorge Amado e Luís da Câmara Cascudo, conforme se vê nas orelhas do referido livro.
No Rio de Janeiro, dedicou-se às artes plásticas. Casou-se com o entalhador pernambucano Eugênio Carlos Batista, mais conhecido como Batista. Mady fez diversas exposições de seus trabalhos ao lado do esposo e publicou alguns poemas nos jornais de Manaus.
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