Ministro da Educação afirma que reitor de universidade federal não pode ser esquerdista

Atuação de Milton Ribeiro, titular da Educação desde julho de 2020, é criticada por falta de sentido de urgência (Jorge William/Agência O Globo)

Com informações do Infoglobo

RIO DE JANEIRO – O ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou em entrevista ao Sem Censura, da TV Brasil, que reitores das universidades federais não podem ser ‘esquerdistas, nem lulistas’. 

“Alguns optaram por visões de mundo socialistas. Não precisa ser bolsonarista. Mas não pode ser esquerdista, nem lulista. Reitor tem que cuidar da educação e ponto final. E respeitar todos que pensam diferente. As universidades federais não podem se tornar comitê político; nem direita, muito menos de esquerda”, defendeu.

PUBLICIDADE

Ribeiro afirmou que tem bom diálogo com cerca de 20 a 25 reitores, das 69 universidades federais, e contou que levou dez deles para conversar com o presidente Jair Bolsonaro.

“Se na lista tríplice já tem gente reclamando, imagina se a gente pudesse indicar diretamente. É uma expressão da vontade dos alunos e não me oponho a ela, nesse primeiro momento. Tem que saber conviver com isso. A autonomia universitária, vale lembrar,  não é soberania universitária. Alguns entendem assim”, afirmou.

O ministro ainda defendeu a educação técnica e afirmou que os institutos federais, com cursos profissionalizantes de nível técnico, serão as “grandes vedetes do futuro”. 

“A universidade, na verdade, deveria ser para poucos, nesse sentido de ser útil à sociedade. Tem muito engenheiro dirigindo Uber”, afirma.

Pastor e ex-reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Ribeiro afirmou que não conhecia estruturas do MEC como a rede federal de educação técnica e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares. Ele acrescentou que pais de alunos da educação básica devem procurar o conselho tutelar se encontrarem conteúdo ideológico nos livros didáticos.

“Não posso fazer nada em relação a isso, mas os pais podem procurar autoridade pedagógica na cidade ou até mesmo o conselho tutelar”, declarou Ribeiro.

O ministro, titular da pasta há pouco mais de um ano, avisou que vai priorizar escolas sem água encanada, esgoto tratado e energia elétrica antes de resolver a falta da conectividade. Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro editou uma medida provisória que acaba com o prazo para o governo federal repassar R$ 3,5 bilhões a estados e municípios para garantir internet a alunos e  professores da rede pública.

“Tenho 3.440 escolas públicas sem água, 8.527 sem saneamento, 3.817 sem energia elétrica. Isso não quer dizer que vou virar as costas para a conectividade. Mas tenho que ter prioridades e essas são as minhas. O aluno da grande cidade tem condição bem melhor do que as 54 mil escolas rurais que tenho no Brasil. Além disso, nosso sinal de internet é muito rústico. Imagine o povo no meio rural. Vai por o tablet de enfeite na prateleira. Não vão ter o que fazer”, afirmou o ministro.

Veja a matéria completa no site

PUBLICIDADE

O que você achou deste conteúdo?

Compartilhe:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.