Ministros visitam TI Yanomami após um ano de crise humanitária

A comitiva chegou ao Estado nesta quarta-feira, 10. (Edição: Mateus Moura/Revista Cenarium Amazônia)
Adriã Galvão – Da Revista Cenarium Amazônia

BOA VISTA (RR) – Quase um ano após a crise humanitária na Terra Indígena (TI) Yanomami, a comitiva formada pela ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, e a presidente da Fundação dos Povos Indígenas, Joenia Wapichana, retornou a Roraima para avaliar o cenário atual e implantar ações divulgadas pelo ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, na terça-feira, 9.

Na manhã desta quarta-feira, 10, os ministros decolaram até a região de Auaris, o extremo noroeste do Estado de Roraima, na fronteira com a Venezuela, e distante 443 quilômetros da capital Boa Vista. A previsão é que a comitiva sobrevoe ainda as áreas indígenas de Homoxi, Tirei e Hewtew, antes do retorno a Boa Vista, capital do Estado.

Sobrevoo registra áreas de garimpos ilegais dentro da Terra Indígena Yanomami, em Roraima, em abril de 2021 (Christian Braga/Greenpeace)

O decreto de emergência em saúde pública, anunciado pelo governo federal em 20 de janeiro de 2023, para combater a desnutrição, malária e avanço do garimpo no maior território indígena do Brasil, ocorreu após imagens de crianças e idosos com desnutrição repercutirem em todo o País.

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Casa do Governo

A presença dos ministros em Roraima também tem ligação com a construção da “Casa do Governo” no território Yanomami. A estrutura deve abrigar órgãos federais e instituições que acompanham o cumprimento de ações e políticas públicas para indígenas da região, como Ministério dos Povos Indígenas, Educação, Meio Ambiente e Mudança do Clima e Direitos Humanos.

Lula durante visita à Terra Indígena Yanomami (RR), no início de 2023 (Ricardo Stuckert – 21.jan.2023/Divulgação)

O anúncio da estruturação da obra foi feito pela Casa Civil, que no mesmo dia anunciou a permanência da operação estatal no território. Segundo o chefe da Casa Civil, o governo também deve investir em 2024 o total de R$ 1,2 bilhão em ações de saúde e assistência social, entre outras, direcionadas aos indígenas Yanomami.

“Nós saímos de um ano com um conjunto de ações emergenciais para um 2024 de implementações de ações permanentes e estruturantes naquela região. Simboliza a mudança de página que nós estamos fazendo a partir dessa reunião”, destacou Rui Costa.

Forças Armadas

O ministro também revelou que as Forças Armadas deixarão de fornecer serviços de logística, como o transporte de mantimentos para a região. A fala ocorreu logo após uma reunião entre diversos ministros, realizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O chefe do Poder Executivo divulgou o encontro em suas redes sociais.

Lula coordenou reunião ministerial, no Palácio do Planalto, para discutir a situação atual do povo Yanomami em Roraima (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

“Hoje estamos fazendo uma reunião de balanço sobre a situação dos indígenas Yanomami e o que vamos fazer permanentemente para vencer essa guerra contra o garimpo ilegal, o vandalismo, contra os agressores do meio ambiente e o crime organizado. Estamos preparando novas ações ainda mais sérias contra invasores, com a participação de diversos ministérios envolvidos”, destacou Lula em seu perfil na rede social X, o antigo Twitter.

Em dezembro do ano passado, Lula já tinha se reunido com ministros de pastas relacionadas ao tema para debater demais providências e exigiu reforço nas ações de proteção ao povo Yanomami e combate ao garimpo ilegal na região.

“Não é possível que a gente possa perder uma guerra para garimpo ilegal. Que a gente possa perder uma guerra para madeireiro legal. Perder uma guerra para pessoas que estão fazendo coisas contra o que a lei determina”, ressaltou o presidente durante o encontro.

Editado por Yana Lima

Revisado por Gustavo Gilona

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