MPF pede suspensão de show após denúncias de apologia ao nazismo

A Banda Mayhem foi acusada de apologia ao nazismo. (Reprodução)
Ívina Garcia – Da Revista Cenarium

MANAUS – O show da banda norueguesa de black metal Mayhem virou alvo de ação do Ministério Público Federal (MPF) e do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), que pedem a suspensão da apresentação marcada para acontecer no próximo dia 22 de março, na casa noturna Toinha Brasil, em Brasília, no Distrito Federal.

Segundo o MPF, existem evidências de que integrantes e ex-integrantes da banda estão envolvidos com apologias neonazistas, suicídio, canibalismo e assassinato, além de violências e discriminações, incluindo queima de igrejas, referências à extrema violência, incitação à mutilação, declarações racistas e antissemitas.

A Banda Mayhem foi acusada de apologia ao nazismo. (Reprodução)

Outro show da banda, marcado para acontecer no dia 21 de março, em Porto Alegre, também foi cancelado após mobilização de pessoas nas redes sociais e protestos. Em frente ao local, uma faixa com a frase “Nazismo não é opinião! Fora, Mayhem” também fez parte do protesto.

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Faixa de protesto em frente à casa de show Bar Opinião, em Porto Alegre. (Reprodução)

O Bar Opinião, onde estava marcado para ocorrer o show, divulgou nota informando o cancelamento do evento. “Nos últimos dias fomos surpreendidos com uma enxurrada de informações graves e posts nas redes sociais referentes ao show da Banda Mayhem, marcado para acontecer no Bar Opinião. Nestes seus 40 anos, o Opinião é um dos espaços mais democráticos de Porto Alegre“, diz a nota.

O Opinião considerou alguns fatos para tomar suas decisões: os movimentos nas redes sociais, tanto pró quanto contra o evento, comentários suscitando manifestações no local e imediações do bar, e o potencial risco à integridade física de todos os envolvidos“, escreveram. Após o cancelamento, o bar explicou que os valores dos ingressos serão devolvidos conforme a forma de pagamento.

Discurso de ódio

O documento enviado à Administração Regional do Guará, Secretaria de Segurança Pública do DF e para as empresas Clube do Ingresso e JFC Produções e Eventos ressalta a defesa da liberdade de expressão, sem que haja exclusão de pessoas. “A liberdade de expressão não pode implicar na aceitação jurídica da promoção de discurso de ódio e/ou do ataque, em espaço público ou privado, de qualquer indivíduo, grupo ou coletividade“, explica.

A recomendação foi assinada por membros dos Núcleos de Direitos Humanos e da Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor, bem como da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão do MPF, e pontua que é “inadmissível” permitir eventos com presença de discursos preconceituosos.

A instituição foi acionada na quinta-feira, 16, por representantes de movimentos sociais que lutam contra o racismo e o antissemitismo, e logo entrou em contato com o Ministério Público Federal (MPF) para a expedição da recomendação conjunta, tendo em vista a gravidade dos fatos noticiados e a inadmissibilidade da realização desse tipo de evento no Distrito Federal ou em qualquer lugar do mundo”, explicam os promotores do MPDFT.

Veja a íntegra do pedido:
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