Município do Amazonas lidera ranking de desmatamento no país
Desmatamento em Lábrea, município do sul do Amazonas (Victor Moriyama/Amazônia em Chamas)
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13 de junho de 2023
Ívina Garcia – Da Revista Cenarium
MANAUS – O município de Lábrea, no sul do Amazonas, distante 852 quilômetros de Manaus, lidera o ranking nacional de desmatamento dos municípios, ultrapassando Altamira no Pará, campeão de desmatamento desde a primeira edição do Relatório Anual de Desmatamento (RAD). Os dados foram divulgados nessa segunda-feira, 12, pelo MapBiomas.
Segundo o mapeamento, a área desmatada no município chegou a 62.419 hectares em 2022, um aumento de 24% em relação ao ano anterior, quando foram registrados 50.245 hectares desmatados. O valor é quase mil hectares a mais que o segundo colocado, Altamira, que apresentou queda de 9% no apanhado, indo de 67.856 em 2021 para 61.446 em 2022.
Ao todo, mais da metade (62%) dos 5.570 municípios brasileiros tiveram pelo menos um evento de desmatamento registrado em 2022. Dessa metade (3.471 municípios), 50 deles foram responsáveis por 52% da área total desmatada no Brasil, sendo 17 deles localizados no Pará e oito no Amazonas, Estados campeões de desmatamento.
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Dentre os 50 municípios que mais desmataram em 2022, além de Altamira, apenas sete apresentaram queda no índice: Novo Progresso (PA), reduziu 37%; Rurópolis (PA), reduziu 28%; Aripuanã (MT), reduziu 24%; Trairão (PA), reduziu 17%; Nova Bandeirantes (MT), reduziu 16%; São Félix do Xingu (PA) reduziu 11% e Humaitá (AM) reduziu 10%.
Entre os biomas mais afetados estão a Amazônia com 3.267 hectares desmatados por dia em 2022 e o Cerrado, com 1.807 hectares por dia. Segundo o mapeamento, o principal vetor que leva ao desmatamento no País é agropecuária, responsável por 95,7% do total de 2.057.250 ha de supressão de vegetação nativa.
O país apresentou aumento de 22,3% em 2022, em relação a 2021, sendo 76.193 alertas de desmatamento e 2.057.251 hectares desmatados no ano passado. Ao todo, desde que o relatório foi criado em 2019, foram reportados mais de 303 mil eventos de desmatamento, totalizando 6,6 milhões de hectares perdidos.
Ações de Preservação
O mapeamento aponta ainda que a atuação no controle ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) até maio de 2023 atingiram apenas 2,4% dos alertas de desmatamento e 10,2% da área desmatada entre 2019 e 2022.
Entre as atuações levantadas pelo mapeamento estão autuações contra empresas e embargos realizados pelos órgãos de controle federais e estaduais. O percentual de alertas com autorizações e ações sobe para 9,7% e, em termos de área, chega a 35,5%. Entre os estados que apresentação maior atuação do pode público apenas um fica no bioma amazônico.
Os órgaos ambientais apresentaram ações no Espírito Santo (73,7% dos alertas no estado), Rio Grande do Sul (55,6%), São Paulo (40,3%) e Mato Grosso (37,3%). Já, por outro lado, os estados que menos tiveram ações foram Pernambuco (0,8%), Maranhão (1,6%) e Ceará (1,9%).
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