Na Cúpula da Amazônia, Lula fala em fortalecer países das florestas na agenda global

O presidente Lula (PT) durante cerimônia em Santarém, Pará, na véspera da Cúpula da Amazônia (Ricardo Stuckert/PR)
Da Revista Cenarium Amazônia*

BELÉM – “Fortaleceremos o lugar dos países detentores das florestas tropicais na agenda global, desde o tema das mudanças climáticas até a reforma do sistema financeiro global”, afirmou o presidente Lula na manhã desta terça-feira, 8, na abertura a Cúpula da Amazônia, que reúne chefes de Estados dos países amazônicos em Belém.

Em rápido discurso de abertura do evento, o presidente cumprimentou os líderes presentes na reunião e informou a agenda de discursos da manhã, que contará com discursos dos chefes de Estado da Bolívia, Peru e Guiana e a representação diplomática da Venezuela.

“Desde que o acordo da OTCA [Organização do Tratado de Cooperação Amazônica] foi assinado, os chefes de Estado só se encontraram três vezes. Há 14 anos não nos reuníamos. É a primeira vez que o fazemos diante do extremo agravamento das mudanças climáticas”, afirmou Lula, acrescentando que a cooperação nunca foi tão urgente, pois os desafios demandam ação conjunta dos países.

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O encontro conta com a presença de quatro dos oito chefes de Estado dos países do tratado. São eles os presidentes da Bolívia, Luis Arce; da Colômbia, Gustavo Petro; do Peru, Dina Boluarte e o primeiro-ministro da Guiana, Mark-Anthony Phillips.

Em uma mudança de planos, a Venezuela cancelou a vinda do ditador Nicolás Maduro e enviou a vice, Delcy Rodriguez. Já Equador e Suriname enviaram os seus ministros de relações exteriores, respectivamente Gustavo Miranda e Albert Randim.

O presidente brasileiro afirmou que a Cúpula deve discutir e promover uma visão de desenvolvimento sustentável na região, combinando a preservação ambiental com emprego digno e os direitos de quem vive na Amazônia. Citou ainda a necessidade de combater o crime internacional e valorizar povos indígenas e conhecimentos ancestrais.

Outro objetivo apontado por Lula é o fortalecimento da OTCA. “É o único bloco do mundo que nasceu com missão socioambiental”, afirmou. “Poderemos assegurar que nossa visão de desenvolvimento sustentável terá vida longa.”

Ao final do dia, os representantes dos países amazônicos devem assinar a Declaração de Belém, com o objetivo de fortalecer a cooperação regional, especialmente no setor de florestas e combate a crimes.

Na quarta-feira, 9, o encontro deve receber líderes de outros países florestais, como República do Congo, Indonésia, República Democrática do Congo, além de diplomatas dos países doadores do Fundo Amazônia, Alemanha e Noruega.

O que é a Cúpula

A Cúpula da Amazônia, que se estende até essa quarta, tem o objetivo inicial de discutir questões socioambientais entre os países amazônicos.

A ideia da realização da cúpula foi apresentada pelo então presidente eleito Lula em discurso feito no ano passado durante a COP27, em Sharm El-Sheikh, no Egito. Em abril deste ano, houve a concretização da ideia com o agendamento do evento.

A ideia é reunir os países-membros da OTCA. Além desses, outras nações também foram convidadas para o evento. O presidente francês, Emmanuel Macron, por exemplo, havia sido convidado para a cúpula (afinal, a Guiana Francesa tem em seu território —que é parte da França— parte da floresta amazônica), mas não virá ao encontro.

Oficialmente, o governo diz que a cúpula serve para fortalecer a OTCA e para a “definição de uma posição em comum pelos países em desenvolvimento que detêm reservas florestais”. Ao final do evento, é esperado a assinatura de um tratado conjunto.

Além de autoridades, nomes da sociedade civil têm atuado com propostas para embasar e direcionar as discussões na cúpula.

“São muitas as Amazônias representadas aqui”, disse Lula, citando as Amazônias de cada um dos oito países da OTCA. “Em seu conjunto, elas abrigam muitas outras. A da floresta e das cidades, dos trabalhadores, das mulheres e jovens, dos povos indígenas e comunidades tradicionais”, acrescentou.

(*) Com informações da Folhapress

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