Na UNB, Lula diz que ciência e tecnologia devem ser usadas para desenvolvimento sustentável da Amazônia

Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Lula, participou nesta quinta-feira, 28, de 74ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), na Universidade de Brasília (UNB). (Ricardo Stuckert)
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

BRASÍLIA – O candidato à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Lula, participou nesta quinta-feira, 28, de 74ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), na Universidade de Brasília (UNB). Durante o discurso, que foi quase inteiramente lido, o ex-presidente destacou a necessidade de aliar a tecnologia e a ciência ao desenvolvimento sustentável da Amazônia e a inclusão de povos tradicionais como indígenas nesse desenvolvimento.

“Queremos incentivar pesquisas conectadas aos diversos biomas brasileiros, com destaque para a Amazônia, por meio de estratégias que permitam a inovação não destrutiva, sustentável e socialmente justa. Essa proposta deve mobilizar as universidades, as instituições de pesquisas e gerar estímulos coordenados a partir do Estado para os investimentos provados. É fundamental a inclusão socioprodutiva de povos indígenas, populações tracionais e agricultores familiares”, disse ele.

Evento aconteceu na Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB). (Ricardo Stuckert)

Lula ainda citou o principal adversário nas eleições, o também candidato Jair Bolsonaro (PL), afirmando haver corrupção no atual governo e que vai propor um “revogaço” nos decretos de sigilo do mandatário.

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“Vira e mexe o presidente diz que não tem corrupção no governo dele. Parece que ele não sabe a família que tem, me parece que ele esqueceu do Queiroz, da quadrilha da vacina, e agravante: para toda e qualquer denúncia perto dele, ele, por decreto, decreta sigilo de 100 anos. Que é uma coisa que nós vamos fazer um ‘revogaço’ no primeiro dia de governo”, disse.

Apoiadores isolados

O evento, apesar ser aberto ao público, teve acesso limitado a quem se credenciou. Apoiadores do ex-presidente que aguardaram do lado de fora do prédio da Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB) criticaram um “boicote logístico” na organização do público.

A organização do evento instalou dois telões para o público acompanhar o discurso de Lula, mas a quase um quilômetro de distância de onde o candidato estava. O professor João Bosco Monteiro Lobato chegou no local às 9h30 da manhã e não conseguiu acompanhar o painel.

“Aqui tinha que ter um telão e nós ficaríamos em volta. Para a imprensa, ela iria registrar que ao redor do auditório da ADUnB tinha uma massa só de gente aqui. Muita gente chegou aqui 9h30 e não entrou, foi tudo lá pro ICC [Instituto Central de Ciências], isolou, separou”, reclamou.

O professor João Bosco Monteiro Lobato (de boné vermelho) aguardou do lado de fora. (Marcela Leiros/ Revista Cenarium)
Telões foram instalados a quase um quilômetro de distância de onde ocorria o evento. (Marcela Leiros/ Revista Cenarium)

Dentro do auditório da ADUnB, com capacidade para 520 pessoas, que estava lotado, Lula também criticou novamente o teto de gastos, que limita os gastos do governo.

“O chamado teto de gastos, que tira dos pobres para dar aos ricos, aprofundou a agenda neoliberal na direção do estado mínimo, ultrapassando as piores previsões. O atual governo colocou o Brasil numa máquina do tempo rumo ao passado: fome, desemprego, destruição dos direitos trabalhistas, corrupção, inflação e ameaça da democracia são as marcas desse desgoverno que nega a ciência em todos os seus atos”, acrescentou.

Vale lembrar que a Polícia Federal passou a integrar a equipe de segurança que acompanha o ex-presidente durante as eleições deste ano. Todos os candidatos ao pleito têm direito à proteção da PF, mas há níveis de riscos que são avaliados para cada um deles.

A colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo, informou que o órgão acertou um protocolo com a campanha do petista em que Lula é classificado como “risco máximo”, em uma escala de 1 a 5, devido às ameaças que sofre.

Leia também: Polícia Federal entra na segurança de Lula e classifica petista no nível de ‘risco máximo’

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