‘Não podemos aceitar essa conduta de políticos’, diz nota de associação que defende PMs no ‘Caso Amom’

A associação divulgou nota de apoio neste fim de semana. (Edição: Mateus Moura/Revista Cenarium Amazônia)
João Felipe Serrão – Da Revista Cenarium Amazônia

MANAUS (AM) – A Associação dos Oficiais da Polícia e Bombeiro Militar do Amazonas (AOPBMAM) manifestou apoio aos policiais da Ronda Ostensiva Cândido Mariano (Rocam) envolvidos na abordagem ao deputado federal Amom Mandel (Cidadania/AM), ocorrida na noite de quinta-feira, 4, no bairro Jorge Teixeira, na Zona Leste de Manaus. O Amazonas possui 8.540 policiais militares e 1.104 bombeiros.

Na nota, a associação afirma que a conduta do deputado federal pelo Estado, que deu “voz de prisão a esmo” a policiais militares, quebra o decoro parlamentar e não pode mais ser aceita. A AOPBMAM defende que não houve qualquer desvio, excesso ou abuso de autoridade por parte dos policiais militares envolvidos.

Ao contrário do que possa parecer, não houve qualquer desvio, excesso ou abuso de autoridade por parte dos policiais militares envolvidos, que realizaram o procedimento respeitando todos os princípios de abordagem protocolares neste tipo de circunstâncias da ocorrência: hora, local e natureza da operação“, consta em um trecho da nota, na qual a associação afirma, ainda, que a argumentação de Amom seguiu a “linha de perseguição política” e por isso a associação manifestava apoio aos oficiais da Rocam.

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Nota de apoio à Rocam enviada pela associação. (Reprodução)

O posicionamento favorável se estendeu também à alta cúpula da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) e ao comando da Polícia Militar que, segundo acusações de Amom Mandel, estão envolvidos com o crime organizado.

[…] Manifestamos nosso total e irrestrito apoio na credibilidade e no alto grau de profissionalismo não apenas dos policiais militares do 2º Btl Pol Choque (Rocam), mas da alta cúpula da Secretaria de Segurança Pública e do Comando da Polícia Militar do Amazonas, construídos sob pilares indeléveis não apenas na hierarquia e disciplina, como também da legalidade, impessoalidade, dentre outros tantos que regem a administração pública“, consta em outro trecho.

Secretário da SSP, Marcus Vinícius (Adrisa de Góes)

Em coletiva realizada no sábado, 6, o titular da SSP, coronel Marcus Vinicius, afirmou que o deputado federal Amom Mandel praticou abuso de autoridade e desrespeitou policiais ao ser abordado. Ele disse também que o veículo no qual o deputado estava, com sua namorada e uma amiga, ignorou os sinais da polícia para parar, após as autoridades perceberem que o carro estava com as luzes desligadas.

O titular da pasta classificou as reações do deputado, após a repercussão da abordagem, de “cortina de fumaça”. 

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O que diz o deputado

Amom Mandel afirmou que a abordagem policial foi violenta e com armas apontadas para os ocupantes do veículo. Segundo o parlamentar, a atitude dos policiais tem relação com denúncias feitas por ele à Polícia Federal (PF), sobre um envolvimento de membros da alta cúpula da Segurança Pública do Amazonas com organizações criminosas, o que ocasionado ameaças e intimidações pessoais contra o parlamentar.

Deputado federal Amom Mandel (Foto: Renato Araújo/Câmara dos Deputados)

Em nota, o deputado disse que sofreu ameaças, insinuações e intimidações de diversas vertentes e por esse motivo decidiu trazer a público o caso, como tentativa de se resguardar. “Sendo assim, é falsa a afirmativa do secretário de Segurança Pública do Amazonas, Cel Marcos Vinícius, dita em coletiva, de que o deputado fez uma cortina de fumaça”, cita a nota assinada por Amom.

O deputado fez um pedido de proteção à Polícia Federal para assegurar a sua segurança e a de seus familiares. “Se algo acontecer comigo, com meus familiares ou entes queridos, a Polícia Federal sabe quem são os culpados e mandantes”, ressaltou.

Editado por Marcela Leiros

Revisado por Gustavo Gilona

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