Bruno Pacheco – Da Cenarium
MANAUS – A rede americana de televisão paga National Geographic convidou os estilistas indígenas Dayana Molina e Sioduhi, do Coletivo Indígenas Moda BR, para produzir uma coleção promocional, por meio das marcas Nalimo e Sioduhi Studio.
A iniciativa faz parte das campanhas especiais da emissora em homenagem ao Dia da Amazônia, celebrado no domingo, 5, e busca retratar as mudanças climáticas na Amazônia e alertar sobre a situação de desmatamento, que vem devastando a região.
A coleção Weá Terra Fértil segue o conceito de que é possível reduzir efetivamente o impacto da indústria têxtil no meio ambiente, por meio de técnicas de reaproveitamento têxtil e de “upcycling“, prática que consiste em reaproveitar materiais já existentes.
Sustentabilidade
A coleção é composta por materiais sustentáveis que ressaltam a importância do consumo consciente para o planeta. As peças foram 100% produzidas por profissionais indígenas.
Amazonense nascido na comunidade indígena de São Francisco de Sales (Mariwá), no Alto Rio Negro, Sioduhi vive em São Paulo e assina a coleção junto com a marca Nalimo, da estilista, produtora de moda e diretora criativa Dayana Molina, natural de Niterói, do Rio de Janeiro.
Neste domingo, 5, ele destacou à CENARIUM que utilizou material têxtil produzido na Amazônia, no Pará: o algodão emborrachado. Segundo ele, as peças buscam impulsionar pessoas que cuidam e defendem a região.
“Desenhamos a coleção Terra Fértil (Weá) para a National Geographic, por meio do Coletivo Indígenas Moda BR, que compõe vários profissionais da moda, indígenas de todo o Brasil, desde estilistas, modelos, fotógrafos, profissionais audiovisuais, maquiadores, figurinistas, entre outros profissionais”, reforçou o estilista Sioduhi.
Para divulgar as peças, a National Geographic lançou, no domingo, 5, um minidocumentário que contou com Isiz Aguiar na produção audiovisual; Isa Hansen como assistente audiovisual; Gustavo Paixão na fotografia editorial; Elly Queiroz como modelo; Kwarahy como maquiador; Yaku Runa Simi com a melodia “Semente Collasuyu” tocada em flauta; e Murilo Soares com a produção musical.
Luta
Para Dayana Molina, a moda é um processo importante do ponto de vista ativista e por meio do design ela acredita que pode usar o segmento como uma ferramenta de luta e para cooperar positivamente com o mundo. Segundo ela, existe a necessidade de repensar os modos de produção, tornando-os cada vez mais sustentáveis.
“Partindo dessa perspectiva sobre o viés do meu trabalho, percebo que existe uma necessidade de repensar a forma como a gente está produzindo roupas no mundo, porque não é mais só sobre roupas, é sobre pessoas, o ecossistema que compõe todas essas partes e nós somos parte disso”, destaca Dayana, no minidocumentário.
O conceito da coleção pode ser conferido no minidocumentário a seguir:
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