‘Negócios para a natureza’: restauração de florestas brasileiras é destaque em painel internacional

Floresta Amazônica - Região Sudoeste Paraense (Bruno Cecim/Agência Pará)
Da Revista Cenarium Amazônia*

BRASÍLIA – A restauração de florestas tem potencial para gerar US$ 1,4 trilhão ao ano para a produção agrícola, de acordo com estudos da ONU, além de descarbonizar a atmosfera e atenuar os efeitos da crise climática. O potencial dessa atividade para o Brasil será debatido em um painel na Climate Week de Nova York, neste dia 19.

Intitulado “Negócios para a natureza, o painel interessa aos mais diversos públicos, como  pesquisadores globais, setor privado, empresas internacionais e instituições dispostas a fazer pesquisa nas florestas brasileiras. O objetivo do evento é falar de forma ampla sobre o papel das soluções baseadas na natureza para negócios mundiais no enfrentamento da crise climática. No caso do Brasil, o país concentra 20% das oportunidades globais em soluções baseadas na natureza, com importante participação na restauração, manejo de solo e agropecuária, e possui 58,5% de seu território com florestas. 

A restauração é capaz de gerar um círculo virtuoso econômico, social e ambiental para o país. Além de emprego e renda, pode proporcionar o crescimento econômico, preservar e fortalecer serviços ecossistêmicos e a biodiversidade, contribuir para a regulação do clima e melhorar a qualidade da água e a conservação do solo.

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É possível ainda estabelecer um comércio justo de produtos da sociobiodiversidade brasileira – a exemplo das frutas como açaí, pitanga, entre outras, que têm enorme potencial para uso na alimentação e nas indústrias de cosméticos e fármacos.

“Precisamos fomentar o diálogo entre setor privado, organizações da sociedade civil e governos para impulsionar a agenda da restauração a nível global. As ONGs têm uma extensa bagagem intelectual e experiência em campo. O poder público pode criar políticas que aumentem a atratividade econômica para o setor, como a proposição de incentivos fiscais. Empresas e bancos, por sua vez, estão dispostos a investir recursos em restauro e reflorestamento. Estas atividades geram emprego e renda e dão uma contribuição fundamental para a mitigação dos impactos das mudanças climáticas”, avalia Renata Piazzon, cofacilitadora da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, que fará a abertura do evento.

De acordo com Viviane Romeiro,  diretora de Clima, Energia e Finanças Sustentáveis do CEBDS, essa é uma discussão fundamental para o Brasil e seus negócios. “Precisamos pensar em novas alternativas econômicas que respeitem e valorizem a sociobiodiversidade, contribuam com o desmatamento zero e a restauração de florestas. Já existem negócios bem-sucedidos neste sentido, mas é preciso ganhar escala a partir da conexão com políticas públicas que combatam de modo firme o desmatamento e gerem os incentivos econômicos certos para essa nova economia.”

O debate sobre soluções baseadas na natureza na Climate Week é promovido por três organizações – Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura e re.green. O painel terá transmissão pelo canal da Coalizão Brasil no YouTube, às 9h (horário de Brasília).

Serviço

Painel “Negócios para a natureza”
19 de setembro, das 8h às 10h30 (Nova York) / 9h às 11h30 (Brasília)
Local: Yale Club, Nova York

Onde assistir (em inglês, com tradução simultânea): youtube.com/coalizaobrasil

Abertura: Marina Grossi (CEBDS) e Renata Piazzon (Coalizão Brasil)

Painelistas: Marcelo Behar (Natura), Catherine Martini (Microsoft), Mariana Sarmiento (Terrazos) e Bernardo Strassburg (re.green).

Moderação: Vijay V. Vaitheeswaran (The Economist)

Mais informações:

Painel Internacional (https://www.climateweeknyc.org/events/business-case-nature)

Climate Week (https://www.climateweeknyc.org/). 

Sobre o CEBDS

O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) é uma associação civil sem fins lucrativos que promove o desenvolvimento sustentável por meio da articulação junto aos governos e a sociedade civil, além de divulgar os conceitos e práticas mais atuais do tema. Fundado em 1997, reúne 100 dos maiores grupos empresariais do país, cujo faturamento somado equivale a 47% do PIB brasileiro. Representa no Brasil a rede do World Business Council for Sustainable Development (WBCSD). https://cebds.org/

Sobre a Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura

É um movimento multissetorial composto por mais de 360 representantes de empresas, organizações da sociedade civil, setor financeiro e academia, que une diferentes vozes em prol da liderança do Brasil em uma nova economia de baixo carbono, competitiva, responsável e inclusiva. https://coalizaobr.com.br/

Sobre a re.green

A re.green é uma empresa brasileira inovadora de restauração de florestas tropicais em larga escala, com foco na Amazônia e na Mata Atlântica. Tem o objetivo de contribuir para a mitigação das mudanças climáticas, conservação e recuperação da biodiversidade, e geração de renda.  A empresa conta com cientistas líderes nas áreas de modelagem e otimização espacial, restauração ecológica, silvicultura, sequestro de carbono e outras, além de administradores com larga experiência. www.re.green.

(*) Com informações da assessoria
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