No Amazonas, menina prodígio da natação acumula mais de 60 medalhas de ouro aos 12 anos

Adriele Marcela é a maior recordista nacional de natação na categoria Petiz (Reprodução)
Ívina Garcia – Da Revista Cenarium

MANAUS – Aos 12 anos, a nadadora amazonense Adriele Marcela da Cruz Cordeiro é a maior recordista da categoria Petiz no Brasil, de 11 a 12 anos, e acumula mais de 60 medalhas de ouro na competição Norte-Nordeste, além do título de hexacampeã de natação amazonense.

Recentemente, ela ganhou quatro medalhas nos Jogos Escolares Brasileiros 2022 (JEBS) em disputa com meninas de 12 a 14 anos de outros estados. Adriele trouxe para o Amazonas uma medalha de ouro, duas de prata e uma de bronze.

Os JEBS são a principal competição esportiva escolar do país, organizada pelo Governo Federal, que tem em vista proporcionar aos estudantes-atletas o desenvolvimento dos valores do esporte, intercâmbio esportivo e cultural e a chance de se tornarem atletas profissionais.

PUBLICIDADE
Marcela durante JEBS 2022 na categoria 100 Borboleta (Reprodução)

Apesar da pouca idade, a atleta tem um currículo de peso na modalidade. Tudo começou durante uma viagem com os pais e o irmão gêmeo para um parque aquático no Nordeste, onde Marcela e o irmão com sete anos se aventuraram em um tobogã, mesmo sem saber nadar.

Adinilson Cordeiro, pai dos gêmeos, conta que os dois foram com boias no brinquedo, acompanhados da mãe Jacinete Cordeiro. O pai, preocupado com a aventura dos filhos, chamou um salva-vidas para ficar de prontidão e agir, caso algo acontecesse depois da descida no tobogã.

Aos 12 anos, Adriele Marcela é a maior recordista nacional de natação na categoria Petiz (Reprodução)

Tinha um salva-vidas e eu avisei para ele: olha, eu tenho filhos gêmeos e quando eu te avisar ‘cai’ na piscina, porque a menina é ousada, ela vai largar a boia, porque eu conheço a figura“, lembra. “Foi dito e feito, a Marcela saiu do tobogã, largou a boia e quando o salva-vidas chegou perto dela, ela virou e disse ‘me larga que eu sei nadar’, mas na época ela nem sabia“, revela o pai.

Marcela saiu nadando no estilo “cachorrinho” e o salva-vidas ficou em volta acompanhando a desenvoltura da futura atleta. “Foi assim que começou. No mesmo dia que chegamos a Manaus eu fui atrás de uma escola de natação para colocar eles“, conta.

O pai é quem acompanha a carreira da filha mais de perto, enquanto a mãe fica responsável pelas questões burocráticas e de patrocínio. Adinilson lembra que desde o primeiro dia de aula da natação, a Marcela se destacou e, na segunda semana na escolinha, ela já estava atravessando a piscina e nadando ao nível competitivo.

Falta incentivo

Mesmo com tanto talento, os pais de Adriele contam que precisam bancar do próprio bolso as competições da filha. A atleta foi selecionada para receber o programa social do Governo do Estado, o “Bolsa-Atleta”, mas até agora nenhum pagamento foi feito.

A gente tem uma grande atleta que é mais reconhecida lá fora do que no próprio Estado. Já fizemos várias reportagens, mas nunca apareceu ninguém querendo investir, é só eu e a mãe que corremos atrás de patrocínio, mas a gente continua na guerra“, relata Adinilson.

A partir de 2023 a família da nadadora se prepara para competições em nova categoria, agora a Marcela deve avançar para a categoria Infantil e planeja trazer mais medalhas para o Amazonas. “Tenho certeza que a Marcela vai passar o rodo ano que vem, assim como passou no Norte-Nordeste“, afirma o pai.

PUBLICIDADE

O que você achou deste conteúdo?

Compartilhe:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.