No Congresso Nacional, Pazuello confirma data em que crise de oxigênio iniciou em Manaus

Enquanto faltam leitos e equipamentos em Manaus, Saúde fez ronda para difundir 'tratamento precoce' (Arlesson Sicsu/Revista Cenarium)

Da Revista Cenarium

MANAUS – O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, confirmou, durante audiência no Congresso Nacional ontem, que foi avisado pelo Governo do Amazonas, no dia 7 de janeiro, sobre a crise de abastecimento de oxigênio na rede de saúde em Manaus. Essa é a mesma data que a Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) recebeu da empresa White Martins a informação de que enfrentava dificuldade em fornecer o insumo.

‘’Eu só fui avisado no dia 7 (de janeiro) com uma ligação do secretário (de Saúde do Amazonas, Marcellus Campelo)’’, disse o ministro ao ser questionado, na audiência, sobre quando teve conhecimento da crise. De acordo com a SES-AM, o ministro foi mesmo informado nessa data, logo após a White Martins comunicar à secretaria que a produção local da empresa não teria como atender o aumento de consumo de oxigênio na rede estadual de saúde.

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A White Martins informou, no dia 7 de janeiro, que após detectar a alta no consumo acionou a sua matriz para garantir o envio do insumo de outros estados para Manaus, assegurando que, a cada dois dias, receberia balsas com carregamento do insumo para reforçar o fornecimento local. Porém, com a possiblidade de atraso na chegada da balsa, a empresa solicitou apoio logístico para o transporte de cilindros de oxigênio de Belém (PA) para Manaus.

Apoio logístico

Ainda com informações da SES-AM, o apoio logístico foi prontamente oferecido pelas Forças Armadas e, a partir de então, uma grande força-tarefa foi montada para garantir o abastecimento de oxigênio. Entre as medidas adotadas de imediato, segundo a Secretaria de Saúde, o Governo do Estado requisitou estoques de oxigênio de outros dois fornecedores locais de menor porte, a Carboxi e a Nitron.

Com apoio logístico das Forças Armadas e do Ministério da Saúde, o Estado tem recebido carregamentos de oxigênio de outros estados e países, provenientes de plantas da White Martins em outros estados e de doações diversas de instituições nacionais e internacionais, sociedade civil organizada, pessoas físicas e pessoas jurídicas. Em outra frente, o Governo do Estado tem adquirido miniusinas de oxigênio, além de ter recebido a doação desses equipamentos do MS e do Hospital Sírio-Libanês.

Miniusinas

Atualmente, 26 miniusinas já estão em operação, de um total de 73 que serão instaladas, principalmente no interior do Estado. Em outra frente, o Governo do Estado e o MS realizaram a transferência de cerca de 500 pacientes para tratamento da Covid-19 em outros estados.

Aumento do consumo

A SES-AM informou que o consumo diário de oxigênio na rede de saúde do Amazonas, que no primeiro pico da pandemia saiu de 14 mil metros cúbicos para 30 mil em um período de 30 dias, nesta segunda fase cresceu exponencialmente em um curto espaço de tempo. O consumo, que estava na ordem de 30 mil metros cúbicos no dia 31 de janeiro, saltou para perto de 60 mil no dia 8 de janeiro e chegou à média diária de 86 mil metros cúbicos atualmente, com estimativa de chegar a 130 mil metros cúbicos com a ampliação de leitos.

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