Nordeste sente impactos do cancelamento de festejos de São João

No Recife, decoração foi feita, mas sem aglomerações seguem proibidas (Reprodução/CNN)

RECIFE E SALVADOR – Pelo segundo ano seguido, a pandemia atrapalha uma das principais festas populares do Brasil: o São João. Nos Estados do Nordeste, onde os festejos são tradição, o prejuízo é enorme. mas, mesmo assim, muita gente deu um jeitinho de celebrar.

Em Pernambuco, o ciclo junino, interrompido por causa da pandemia do novo coronavírus desde o ano passado, durava mais de 30 dias, celebrando três santos: Santo Antônio, São João e São Pedro.

No principal ponto dos festejos juninos do Recife, a decoração mantém o clima da época, mas, pelo segundo ano consecutivo, o local ficou sem as comidas típicas e sem forró, o ritmo que dá o tom da festa.

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São João movimentava economia de cidades nordestinas pré-pandemia (26.Jun.21)
São João movimentava a economia de cidades nordestinas antes da pandemia (Reprodução/CNN)

O músico André Dellon precisou se afastar dos palcos, mas montou um estúdio em casa, onde mantém viva a esperança de voltar a tocar no São João.

“Antes da pandemia, no São João a gente fazia aí de 15 a 20 shows no período junino, chegando a fazer dois, três shows numa noite. Era bastante corrido pra gente e estamos mais um ano esperando que tudo isso passe, e ansioso”, afirmou à CNN.

Um dos principais destinos no Nordeste é Caruaru, no agreste pernambucano, onde a festa junina é considerada uma das maiores do mundo. Na última edição, em 2019,  gerou 6 mil empregos diretos e indiretos, mas, hoje, os artistas vão receber auxílio da Prefeitura.

“Já é o segundo ano consecutivo da gente sem gerar esses R$ 200 milhões, sem gerar esses empregos diretos e indiretos, quantas famílias não dependem disso!? Criamos um auxílio para ajudar todos esses artistas, trios pé de serra, quadrilhas, todo mundo que faz o São João de Caruaru ser o maior e o melhor”, disse à CNN o secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Economia Criativa da cidade, André Teixeira Filho.

Na Bahia, as cidades que têm tradição nos festejos juninos sentem um impacto grande também na geração de empregos. Sem a festa e toda a movimentação, mais de 24 mil postos de trabalhos informais e formais deixaram de ser criados este ano no Estado.

Só em Amargosa, a cerca de 160 quilômetros de Salvador, a economia movimentava R$ 30 milhões nessa época do ano. O palco principal do São João montado todos os anos na praça da cidade deu espaço este ano a um posto de vacinação.

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