Nos EUA, deputada do Pará participa de debate sobre clima e economia

O evento, que acontece em Washington, será realizado até o dia 16 deste mês (Divulgação)
Michel Jorge – Da Revista Cenarium

PARÁ – A convite do “Encontro de Primavera 2023” e outros eventos relacionados ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e Grupo Banco Mundial, a deputada estadual pelo Psol do Pará Lívia Duarte participa do painel de discussão “Digitalização, clima e dívida: a agenda para bancos multilaterais de desenvolvimento”. A solenidade que acontece em Washington teve início no dia 10 e será realizado até o dia 16 deste mês para debater temas da atualidade.

O instituto independente de políticas públicas Observer Research Foundation America (ORF America) promove o evento, onde Duarte se preocupa em ampliar o debate das narrativas e vivências amazônidas. 

“É muito importante que o povo amazônida tenha voz ativa e seja protagonista na discussão sobre a crise climática, especialmente em espaços de poder global. É preciso ouvir a Amazônia por aqueles e aquelas que estão cotidianamente na luta. Vir aos Estados Unidos trazer essa vivência de quem mora, vive, trabalha e constrói uma vida na Amazônia é romper com uma ordem que nos foi imposta, pois fomos historicamente excluídos das discussões internacionais”, reafirma a deputada em seu discurso.

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A deputada estadual Lívia Duarte (Psol) em evento nos Estados Unidos (Divulgação)

Com a proposta da cidade de Belém sediar a COP 30, Convenção das Nações Unidas, para debater as mudanças climáticas em 2025, os olhos estão voltados para Amazônia. Utilizar de um evento que reúne banqueiros centrais, o setor privado e representantes de diversas organizações da sociedade civil para discutir os nossos problemas, a partir do ponto de vista de quem vive e mantém a Amazônia viva é, pouco a pouco, destruir um imaginário estereotipado e desleal das muitas Amazônias. 

Duarte sabe bem da importância deste momento e acrescenta. “Eu chego aqui, mas não chego só, como a luta da nossa mãedata é coletiva, a voz de todos vocês estão comigo! Eu sou porque nós somos!“.

Clima e Amazônia

As ameaças contra a maior floresta de pé se mantém vivas, seja pela presença de atividades ilegais ou pela omissão do Estado em aplicar políticas públicas efetivas, a realidade nos mostra mais de 17% de florestas degradadas.

A Organização Não Governamental (ONG) ”WWF” lançou, no ano passado, o Relatório da Amazônia Viva 2022, com um compilado de dados sobre a situação de emergência da região. Deixar a Amazônia sem proteção também significa falar da crise climática, seus rios e florestas representam uma bomba hidrológica que auxilia na regulação do clima a nível global, não haveria como tentar frear o aumento da temperatura mundial sem a ajuda deste bioma.

Esse processo de umidificação global acontece quando a Amazônia suga o ar úmido dos oceanos para depois converter e bombear água fresca por meio dos seus rios voadores. A condensação desta transpiração das árvores em nuvens e chuvas ajuda a rebaixar a pressão atmosférica sobre as florestas. O trabalho final fica por conta dos rios voadores, que transportam essa condição de chuvas e umidades continente a dentro, suavizando o verão hemisférico.

Além dos impactos na agricultura de outros continentes, o território é o meio de subsistência para 47 milhões de pessoas, dessa forma impedir que a floresta atinja níveis irreversíveis de degradação é a primeira de muitas medidas para a região.

Pensando no auxílio das muitas comunidades amazônidas, o executivo da ORF América, Dhruva Jaishankar, afirma sobre o convite de Lívia Duarte para o debate que “Dada a necessidade urgente de reforma do financiamento do desenvolvimento, especialmente dos bancos multilaterais de desenvolvimento, seu trabalho de apoio ao desenvolvimento sustentável das comunidades locais, ao mesmo tempo em que protege os ativos climáticos globais em seu Estado, seria de grande interesse para nosso público”.

Leia também: Entenda como especialistas descobrem se um desastre foi ou não causado pelas mudanças climáticas

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