Pandemia ’empurra’ 34,2 milhões de trabalhadores para informalidade, indica IBGE

Pandemia da Covid-19 é um dos principais fatores que "empurra" os trabalhadores para a informalidade (Reprodução/TV Globo)
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

MANAUS – A informalidade no Brasil atingiu 34,2 milhões de trabalhadores no trimestre de  fevereiro a abril de 2021, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número foi divulgado na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio – Contínua (Pnad Contínua) e indicou que os trabalhadores autônomos já representam 39,8% da população de 211 milhões no Brasil.

No trimestre anterior, a taxa havia sido 39,7% e no mesmo trimestre de 2020 foi de 38,8%. Os trabalhos informais são caracterizados pela falta de carteira assinada, direitos trabalhistas previstos em lei, auxílios de segurança social, como o auxílio-maternidade, auxílio-doença, entre outros direitos usufruídos pelos trabalhadores formais.

A pandemia da Covid-19 é um dos principais fatores que “empurra” os trabalhadores para a informalidade e para o trabalho autônomo. É o caso da esteticista Inácia Medeiros. Ela trabalhou durante dois anos em um salão de beleza, mas ficou desempregada em fevereiro deste ano após o estabelecimento fechar as portas. Atualmente, adquire a renda atendendo clientes a domicílio com serviços de estética e cosmética.

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“Quando o salão fechou pensei “ai meu Deus, o que eu vou fazer da minha vida agora?” e foi quando comecei a atender a domicílio”, disse a esteticista.

Hoje, Inácia já lucra em torno de R$ 1.200 por mês, mas reforça que uma das desvantagens do trabalho informal é que o lucro mensal varia e é incerto, dependendo da demanda de serviços. “A vantagem é que você trabalha para você, o que você ganha é seu. Mas é aquela coisa né, você não tem férias, você trabalha quando aparece trabalho. É uma coisa incerta, não é todo dia que você vai ter cliente. Não é uma coisa que você pode contar muito, é algo que vai acontecendo”, disse ela.

A esteticista Inácia Medeiros trabalhava em salão de beleza e agora atende a domicílio (Reprodução/Arquivo Pessoal)

Conta própria

Ainda de acordo com o IBGE, o número de trabalhadores por conta própria chegou a 24 milhões de pessoas, aumentando em 2,3%, ou 537 mil pessoas, na comparação com o trimestre anterior.

Os trabalhadores por conta própria são classificados como “indivíduo que exerce uma atividade independente, com associados ou não, obtendo uma remuneração que está diretamente dependente dos lucros (realizados ou potenciais) provenientes de bens ou serviços produzidos e que, a esse título, emprega habitualmente um ou vários trabalhadores por conta de outrem para trabalharem na sua empresa”.

Desocupados

A taxa de desocupação manteve o recorde da série histórica, iniciada em 2012, atingindo 14,8 milhões de pessoas. O número representa mais 489 mil pessoas desocupadas ante o trimestre de novembro de 2020 a janeiro de 2021.

Já a população ocupada, de 85,9 milhões de pessoas, ficou estável em relação ao trimestre móvel anterior e caiu 3,7%, menos 3,3 milhões de pessoas, frente ao mesmo trimestre de 2020.

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