Para conter nova onda de Covid-19, pesquisador da Fiocruz sugere lockdown: ‘Situação preocupante’
27 de setembro de 2020
Para ele, a solução é as autoridades competentes aderirem ao lockdown para conter a disseminação total do vírus (Sandro Pereira/Revista Cenarium)
Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium
MANAUS – O pesquisador e epidemiologista do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), Jessem Orellana, afirmou nesse sábado, 26, que Manaus está em uma situação preocupante da pandemia do novo Coronavírus e afirmou que a cidade vive uma segunda onda da doença.
Orellana sugere para as autoridades competentes a adesão ao lockdown, ou seja, confinamento total da população para conter a disseminação do vírus. Em entrevista ao Globo News, Jessem destacou que a capital amazonense teve um aumento sustentável da incidência ou de casos novos de síndrome respiratória aguda grave há mais de quatro semanas.
“É uma situação que está bastante preocupante. Nós temos visto muitas unidades de saúde, inclusive, do município, de hospitais particulares de Manaus com uma grande quantidade de atendimento de casos novos de Covid-19. Não é em vão que a Prefeitura de Manaus, bastante acertada, tomou a iniciativa antes de que o Governo do Estado de fechar a praia Ponta Negra”, pontuou.
Na avaliação do pesquisador, com o Amazonas chegando ao número de quatro mil mortes por Covid-19 e o aumento no número de casos da pandemia nas últimas semanas, a única alternativa acertada para conter a circulação do vírus é o lockdown.
“Para conseguir conter a circulação do vírus, não há outra solução que não seja o lockdown, e um lockdown rigoroso, que você consiga fazer uma fiscalização efetiva da mobilidade intramunicipal, tanto da parte de transporte coletivo como do transporte privado, das pessoas”, opinou.
“Ao reduzir os horários, por exemplo, do funcionamento de restaurantes, de bares, proibindo eventos públicos, você não consegue, com esse tipo de estratégia, reduzir significativamente a circulação viral no meio ambiente, na verdade, o que você faz é desacelerar a propagação do vírus. Nesse caso, lamentavelmente, a medida mais apropriada para bloquear essa disseminação viral seria um lockdown de pelo menos uns 14 a 30 dias”, afirmou.
Ao ser questionado, Jessem Orellana destacou que a discussão sobre o assunto é sempre muito polêmica, principalmente, por se tratar de uma doença nova como o novo Coronavírus. Para o pesquisador, Manaus vive uma segunda onda da pandemia e a tese de imunidade de rebanho só deve se consolidar na região em meados de janeiro de 2021.
“É indubitável que nós estamos em uma segunda onda em Manaus, que estamos tendo um elevando número de hospitalizações por casos graves de síndromes respiratória aguda. Esse tipo de cenário epidemiológico em que se tem a Prefeitura aumentando o atendimento nas unidades básicas de saúde, você tem o Governo do Estado aumentando o número de leitos para internação por casos suspeitos e confirmados de Covid-19, é completamente incompatível com a tese de que temos imunidade de rebanho”, disse.
Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.
Cookies Estritamente Necessários
O cookie estritamente necessário deve estar ativado o tempo todo para que possamos salvar suas preferências de configuração de cookies.
Se você desativar este cookie, não poderemos salvar suas preferências. Isso significa que toda vez que você visitar este site, precisará habilitar ou desabilitar os cookies novamente.