Pastora nega fazer orações para crianças em UTI pedidas por ‘crentes esquerdistas’

Em um vídeo compartilhado na internet, a pastora Michelly Bezerra nega orações para crianças, parentes de "crentes esquerdistas", que estejam internadas em UTIs (Unidades de Tratamento Intensivo) - Reprodução (esq) Miss Michelly bezerra no Facebook e Reprodução TikTok
Da Revista Cenarium (*)

MANAUS – A pastora Michelly Bezerra, da Assembleia de Deus, publicou um vídeo em suas redes sociais no qual nega orações para crianças internadas em UTIs (unidades de tratamento intensivo) que tenham sido pedidas por “crentes esquerdistas”. Ela é integrante da igreja evangélica na região de Sorocaba, no interior paulista.

O vídeo foi posteriormente apagado das contas da pastora. Procurada pela Folha para comentar a declaração, Bezerra, por meio de mensagem de texto, na manhã deste sábado (12), disse não querer falar sobre o caso. “Não tenho declarações a um jornal que é imparcial (sic) com a realidade. Já que publicam o que querem, sigam em frente”, escreveu.

Em um vídeo compartilhado na internet, a pastora Michelly Bezerra nega orações para crianças, parentes de “crentes esquerdistas”, que estejam internadas em UTIs (Unidades de Tratamento Intensivo) – Reprodução (esq) Miss Michelly bezerra no Facebook e Reprodução TikTok

A igreja da Assembleia de Deus onde Michelly Bezerra atua, no bairro Éden, foi procurada pela Folha, por email, mensagens de texto e telefonemas, mas não havia se posicionado sobre as falas de sua integrante até a publicação desta reportagem.

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No vídeo compartilhado pela religiosa, tirado do ar na sexta-feira (11), ela afirma se sentir na obrigação “de passar um recadinho para os crentes esquerdistas.”

“Por favor, não me procurem mais para pedir oração por crianças que estão na UTI, crianças de seus amigos, sobrinhos, sobrinhas, que estão correndo risco de vida, porque quem vota em alguém que é a favor de aborto, pra mim, deixa bem claro que a vida de uma criança não é importante, nem necessária, nem vale nada”, afirmou.

Ao G1, que divulgou as imagens antes que elas fossem tiradas da internet na sexta, a religiosa enviou uma mensagem se desculpando sobre a postagem: “Peço desculpas se alguém se ofendeu. Nunca foi a intenção.”

A pastora diz que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai liberar abortos no Brasil. O petista, porém, afirma ser contra o aborto e que o tema não é da alçada de um presidente, mas do Legislativo.

“Sou contra o aborto. Sou pai de cinco filhos, avô de oito netos, bisavô de uma bisneta, sou contra o aborto”, disse Lula à imprensa, antes de começar uma caminhada em Guarulhos, na Grande São Paulo, em outubro, durante a sua campanha.

A pastora, ainda no vídeo, também solicita que não peçam orações a parentes que tenham problemas com drogas, alegando que o novo governo teria a intenção de “legalizar a maconha.”

No vídeo tirado do ar, assim como em outras postagens em suas redes sociais, a religiosa defende o presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas urnas por Lula. “Não venha me dizer que vive a Bíblia e que tem um compromisso com Cristo, quando você usa de tanta ira pra atacar um presidente da República que diz que o Brasil está acima de todos e que Deus está acima de tudo.”

*Com informações da Folhapress

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