Percentual de homens com câncer de próstata no Amazonas é maior que a média brasileira

Cirurgião urologista da Urocentro Manaus, Dr. Giuseppe Figliuolo (Divulgação)

Com informações da assessoria

MANAUS – Enquanto no Brasil, os casos de câncer de próstata representam 16,96% do total de diagnósticos da doença em homens, no Amazonas, esse percentual sobe para 20,08% das neoplasias malignas descobertas em pessoas do sexo masculino. Os dados são do Instituto Nacional do Câncer (Inca), órgão subordinado ao Ministério da Saúde (MS), e acendem um alerta sobre a importância de se ampliar o rastreio da doença, garantindo um diagnóstico cada vez mais precoce.

Conforme a projeção, são diagnosticados no Estado, anualmente, 480 novos casos da doença, com uma proporção (taxa bruta de incidência) de 22,23 casos para cada grupo de 100 mil homens. Quando se trata da capital, o dado é ainda mais preocupante: 32,04 casos para a mesma proporção. É o câncer mais incidente nos homens do Amazonas. No Brasil, conforme o Inca, o número de casos/ano chega a 65.840, com uma média de 62,95 casos para cada 100 mil homens.

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“Existem vários tipos de câncer de próstata, sendo uns mais agressivos, outros menos. Os mais agressivos evoluem mais rápido, exigindo uma abordagem mais célere, para evitar que se espalhem para outras regiões do corpo”, explica o cirurgião urologista da Urocentro Manaus, Dr. Giuseppe Figliuolo. Os tipos mais conhecidos de câncer de próstata são: adenocarcinoma (esses são, geralmente, glandulares e responsáveis pela maior parte dos casos), carcinomas de pequenas células, tumores neuroendócrinos, carcinomas de células transicionais e sarcomas.

De acordo com Giuseppe Figliuolo, o desenvolvimento do câncer de próstata está relacionado, na maioria dos casos, ao aumento das taxas hormonais, ocasionadas, por exemplo, por níveis elevados de andrógenos (os quais incluem a testosterona). A alteração resulta no crescimento inadequado celular, aumentando os riscos para o aparecimento das neoplasias malignas.

O médico explica que muitos homens não procuravam o médico para promover o rastreio do câncer por preconceito ou medo de ficarem impotentes sexualmente, após o tratamento, argumentos que vêm caindo por terra, conforme a conscientização sobre o tema é ampliada.

Novembro Azul

Prestes a ser iniciado, o Novembro Azul, campanha que foca na saúde integral do homem, vem com um importante significado, tento em vista que, segundo pesquisas recentes, os homens morrem mais que as mulheres, já que se cuidam menos no campo da saúde.

“No consultório, procuramos orientar os homens sobre a importância da visita anual ao médico, para a avaliação clínica e de exames. O que ocorre, na prática, é que, se descobrirmos uma alteração maligna cedo, as chances de cura são potencializadas. O contrário ocorre quando ela é descoberta tardiamente. Então, buscar ajuda médica, aderir ao tratamento e seguir todas as recomendações, é uma dica importante. Quando se trata de saúde, o preconceito deve ser afastado das discussões”, explicou Figliuolo.

O médico é doutor em saúde coletiva e membro da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), entidade que vem fortalecendo a campanha Novembro Azul, ano a ano. A SBU recomenda o rastreio do câncer de próstata a partir dos 50 anos de idade. Pessoas com histórico desse tipo de câncer na família, devem começar antes, ais 45 anos.

“Atingir o público masculino é um dos focos, mas, há campanhas que têm como alvo a conscientização da família como um todo, para que os meninos passem a frequentar o consultório médico para tirar dúvidas, desde a fase infantil. Uma criança bem informada é um adulto consciente. Por isso, costumamos dizer que a informação realmente salva vidas”, destacou.

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