PF e Ibama desmobilizam garimpo ilegal que poluía rio no Pará

Garimpo ilegal representa riscos à transmissão do linhão da Usina de Belo Monte (Ascom/PFPA)
Daleth Oliveira – Da Revista Cenarium

BELÉM (PA) – A Polícia Federal (PF) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) flagraram um novo garimpo ilegal em atividade nas proximidades do Rio Novo, em Curionópolis, sudoeste do Pará. Os agentes concluíram que o rio estava sendo poluído pelos garimpeiros.

Durante a ação realizada segunda-feira, 24, foram apreendidos e inutilizados, devido à impossibilidade de remoção, duas escavadeiras, dois motores estacionários e dois mil litros de combustível. O prejuízo total para o garimpo chega a quase R$ 2,6 milhões.

Operação foi uma parceria da PF com o Ibama (Ascom/PFPA)

O garimpo nas margens do Rio Novo é responsável por poluir os afluentes que abastecem a cidade de Parauapebas e região. “Órgãos ambientais atestam que a bacia hidrográfica local já apresenta alto grau de contaminação devido ao uso irregular de mercúrio. Além disso, o Rio Novo é o mais afetado nos últimos anos, levando poluição ao Rio Parauapebas, que fica próximo à Floresta Nacional de Carajás“, informa a PF.

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Riscos à transmissão de Belo Monte

Segundo a PF, a atividade ilegal no local também representava riscos à transmissão do linhão da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Além disso, o combate aos garimpos ilegais na área tem sido uma preocupação constante e as operações atuais são desdobramentos de ações anteriores.

Em novembro do ano passado, a operação Curto-Circuito foi deflagrada por conta da ameaça a outro linhão de Belo Monte e, em fevereiro deste ano, a PF reprimiu esses crimes novamente, desta vez, em locais próximos ao linhão Xingu-Rio, resultando no bloqueio de bens avaliados em R$ 361 milhões.

As linhas de transmissão da Usina Belo Monte são cruciais para abastecer o Sistema Interligado Nacional (SIN), que distribui energia elétrica em todo o Brasil. “O avanço do garimpo em direção às torres de transmissão representa um sério risco de desabastecimento para o País“, diz a PF.

Caso seja confirmada a hipótese criminal, os responsáveis poderão responder por crimes ambientais, usurpação de recursos da União (extração ilegal de minério), associação criminosa, dentre outros. As investigações estão em andamento.

Leia mais: Governo Lula passa para a Polícia Federal a responsabilidade sobre CACs
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