PF e Ibama fecham três garimpos ilegais em terras indígenas do Pará

Agentes federais destruíras todos os equipamentos utilizados pelos garimpeiros (Ascom/PF)
Daleth Oliveira – Da Revista Cenarium Amazônia

BELÉM (PA) – Três garimpos ilegais nas Terras Indígenas Kuruaya e Cachoeira Seca, na região de Altamira, no Pará, foram fechadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Polícia Federal (PF). A operação conjunta começou na última terça-feira, 5, e terminou nesta quinta, 7.

A devastação provocada pelo garimpo (Ascom/PFPA)

O delegado da PF, Thiago Miranda, contou que os três garimpos estavam ativos no momento da abordagem policial. Na terça, os garimpos “Madalena” e “Fortaleza” foram desmantelados. Na quarta, o garimpo “Jabuti” foi destruído pela operação.

“Existem pessoas trabalhando nos garimpos. No Madalena, entrevistamos alguns trabalhadores para manter a investigação e verificar se há também a prática de trabalho análogo à escravidão. Mas no dia seguinte, não encontramos pessoas nos locais porque fugiram quando viram a aeronave se aproximando”, explicou Miranda.

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Equipamentos destruídos

Em três dias de atividade, os agentes federais apreenderam e inutilizaram 11 motores, 12 acampamentos, uma bomba d’água e uma retroescavadeira. Toda a estrutura para a extração ilegal de ouro foram inutilizados.

Equipamentos destruídos pela operação (Ascom/PF)

Segundo a PF, a inutilização ocorre quando não há outros meios disponíveis para a retirada adequada dos equipamentos, cumprindo as disposições da Lei de Crimes Ambientais para interromper a degradação ambiental.

Sobre os suspeitos de serem responsáveis pelos garimpos, o delegado afirmou que a investigação ainda precisa avançar e que a luta contra a atividade ilegal não é de responsabilidade única da PF. “A cadeia do garimpo é muito grande. Não são apenas os garimpeiros, tem também aqueles que financiam e compram esse ouro“, argumentou.

Degradação florestal

O avanço do garimpo ilegal no interior da Terra Indígena Kuruaya causou a degradação da floresta nativa, impactos significativos à fauna e contaminação do leito do Rio Iriri, afluente vital do Rio Xingu, um dos maiores rios da Amazônia.

Para além dos danos ao meio ambiente, a Polícia Federal destaca a influência negativa do garimpo ilegal na saúde, segurança e bem-estar das comunidades indígenas que residem nas proximidades. Só este ano, a região já foi alvo de diversas operações dos órgãos ambientais e de segurança pública, culminando na diminuição dos alertas de atividades de garimpo ilegal ao longo do ano.

Leia mais: Operação contra garimpo ilegal explode sete dragas em Tabatinga
Editado por Jefferson Ramos
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