PF resgata trabalhadores em condições precárias e fecha garimpos ilegais no Pará

Foram desmobilizados garimpos ilegais de cobre, manganês e ouro no sudeste paraense (Reprodução/Ascom/PFPA)
Daleth Oliveira – Da Revista Cenarium Amazônia

BELÉM (PA) – Quatro operações coordenadas pela Polícia Federal (PF), em colaboração com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), realizadas nesta terça-feira, 29, resultaram no resgate de nove trabalhadores que enfrentavam condições análogas à escravidão no sudeste do Pará.

Durante a ação, duas pessoas foram detidas em flagrante por extração ilegal de recursos minerais e crimes ambientais. A PF informou que os equipamentos utilizados em garimpos e locais de beneficiamento de cobre, ouro e manganês, nos municípios de Canaã dos Carajás, Curionópolis, Parauapebas e Marabá foram apreendidos e inutilizados.

Operação desmobilizou garimpos ilegais no Pará (Ascom/PFPA)

A operação também contou com o apoio do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) e da Força Nacional de Segurança Pública. Nesse esforço conjunto, denominado operações Farra do Manganês, Sete Nove 25, Serra Leste e Vila Nova Jerusalém, mais de 100 agentes foram mobilizados para cumprir 20 mandados de busca e apreensão.

PUBLICIDADE

No total, 17 escavadeiras e tratores, quatro britadores, quatro geradores, dois veículos e diversos outros equipamentos, como esteiras, motores-bomba e motores estacionários foram tornados inutilizáveis. A operação também resultou na apreensão de uma pistola e duas escavadeiras, as quais foram entregues a depositários de confiança.

Situações degradantes de trabalho encontradas pelos agentes federais (Ascom/PFPA)

No garimpo Nova Jerusalém, os nove trabalhadores foram encontrados em condições degradantes de trabalho. Além disso, 11 estruturas de extração de cobre foram incendiadas, juntamente com 11 guinchos e eixos de suspensão.

Durante a operação, 25 quilos de explosivos, 50 metros de cabos detonadores e 50 espoletas de detonação foram apreendidos. Postes de energia e transformadores clandestinos, que forneciam energia ao garimpo, também foram implodidos. De acordo com a PF, essa medida é legalmente prevista quando a remoção dos maquinários não é viável.

“Além das graves consequências ambientais geradas pela mineração ilegal, que não considera princípios de sustentabilidade ambiental, é importante destacar que os minerais explorados pertencem à União, resultando em uma perda de bilhões de reais em arrecadação devido às atividades clandestinas de extração, transporte e exportação do minério”, informou a Polícia Federal.

De acordo com a instituição federal, as operações em curso são desdobramentos de ações anteriores. Em novembro do ano passado, a operação Curto-circuito foi lançada devido à ameaça ao linhão de Belo Monte. Em fevereiro deste ano, a PF mais uma vez combateu esse crime, desta vez, em áreas próximas ao linhão Xingu-Rio. Nessa ocasião, bens avaliados em R$ 361 milhões foram bloqueados.

“Caso as suspeitas criminais se confirmem, os responsáveis poderão enfrentar acusações por delitos ambientais, usurpação de recursos da União (extração ilegal de minério), associação criminosa, entre outros. As investigações estão em curso”, finalizou a PF.

Editado e revisado por Adriana Gonzaga
PUBLICIDADE

O que você achou deste conteúdo?

Compartilhe:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.