Início » Central da Política » Pré-candidatura é artifício para candidatos testarem densidade eleitoral, apontam analistas
Pré-candidatura é artifício para candidatos testarem densidade eleitoral, apontam analistas
Da esquerda para direita, Amom Mandel, Maria do Carmo Seffair, Roberto Cidade, David Almeida, Wilker Barreto e Alberto Neto (Composição de Paulo Dutra/Revista Cenarium)
Compartilhe:
29 de março de 2024
Ricardo Chaves – Da Revista Cenarium
MANAUS (AM) – A seis meses das eleições municipais de 2024, os partidos políticos começam a definir nomes e articular as candidaturas à Prefeitura de Manaus. Pela legislação, a definição deve ocorrer entre 20 de julho e 5 de agosto. Enquanto a data limite não chega, as siglas aproveitam para testar nomes e ganhar projeção com a proximidade do pleito.
Segundo o cientista político Helso Ribeiro, as pré-candidaturas são especulações e uma forma das legendas partidárias ficarem em evidência. O que definirá de fato é o que irá ocorrer no período das convenções partidárias.
“São as convenções que vão dizer quem serão os candidatos, a prefeito e a vereador. A pessoa fala, eu sou pré-candidato a vereador, eu sou pré-candidato a prefeito. É uma forma do nome ganhar holofotes cotidianos da política. Muitas vezes partidos políticos lançam nomes de pré-candidatos até para medir, como é que eles estão”, avalia o professor.
PUBLICIDADE
O cientista aponta também que o lançamento de pré-candidaturas seria uma forma dos partidos políticos avaliarem a indicação dos nomes por meio de pesquisas internas e assim buscar respostas ou ajustes antes da confirmação do candidato.
O que pode é permitido
Pré-candidatos podem fazer menção à candidatura, conceder entrevistas, participar de programas em rádio, televisão e internet. A legislação eleitoral permite também que eles possam expor plataformas e projetos políticos, desde que não haja pedido de votos.
A lei nº13.165, de 29 de setembro de 2015, reduziu o tempo de campanha de 90 para 45 dias e o período de propaganda no rádio e na TV de 45 para 35 dias. Para compensar o curto período dado para as legendas políticas e candidatos fazerem a campanha oficial, a Lei também permitiu atos de pré-campanha para que figuras menos conhecidas do eleitor pudessem se apresentar.
O analista político Carlos Santiago avalia que as movimentações e interações com a sociedade feitas pelos pré-candidatos corroboram para massificar seus nomes e conquistas adeptos à sua causa.
“Partidários da direita no Amazonas estão aproveitando [o período] para lançar nomes, participar de debates, discutir propostas e montando, inclusive, chapas fortes para disputar as eleições para o cargo de vereador e vereadora”, avalia.
Por outro lado, Santiago aponta que, de igual maneira, partidos de esquerda não estão conseguindo o mesmo alcance com a formação de novos grupos sociais.
“Os partidos denominados de esquerda ou progressistas não estão conseguindo ampliar o seu diálogo com os novos atores sociais como evangélicos e trabalhadores de aplicativo. Estão tendo uma participação tímida nos parlamentos e não conseguem chegar a um consenso para montar uma chapa de vereador ou um nome majoritário para que seja trabalhado nesse período de pré campanha”, afirma.
Para ele, é preciso estar atento a nova dinâmica política que dá liberdade de trabalhar uma pré-candidatura devido ao período curto
“Quem não tem essa leitura política tem dificuldade de consenso e perde todo o período da pré-campanha que poderia ser mais produtivo e ainda corre o risco de sequer ter nomes competitivos para disputar o pleito majoritário e chapa proporcional”, avalia.
As chamadas pré-candidaturas
Siglas manauaras já lançaram possíveis nomes para a disputa. O atual prefeito de Manaus, David Almeida (Avante) vai concorrer à reeleição. O político enfrentará adversários à direita e à esquerda do espectro político, como por exemplo, o presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), deputado estadual Roberto Cidade (União Brasil), apoiado pelo governador Wilson Lima; o deputado federal Alberto Neto (PL), ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro; Maria do Carmo Seffair (Novo), reitora do Centro Universitário Fametro; o deputado estadual Wilker Barreto (Mobiliza) e o também deputado federal Amom Mandel (Cidadania).
A esquerda apresentou nomes como Israel Tuyuka, do PDT e o Psol divulgou o nome da advogada e ativista social Natália Demes. A federação partidária Brasil da Esperança composta pelo PT, PCdoB e PV é um caso à parte e fez o que é chamado por analistas políticos de “balão de ensaio”.
O PT apresentou o ex-deputado federal José Ricardo, o deputado estadual Sinésio Campos, o vereador Sassá da Construção Civil, a ativista social Anne Moura, o dirigente partidário Luiz Borges e o dirigente sindical Valdemir Santana como pré-candidatos. Já o PCdoB, indicou o ex-deputado federal e professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Eron Bezerra.
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.
Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.
Cookies Estritamente Necessários
O cookie estritamente necessário deve estar ativado o tempo todo para que possamos salvar suas preferências de configuração de cookies.
Se você desativar este cookie, não poderemos salvar suas preferências. Isso significa que toda vez que você visitar este site, precisará habilitar ou desabilitar os cookies novamente.