Preso por corrupção, José Melo agradece a Deus em convenção que oficializou Amazonino candidato

José Melo (Bruno Pacheco)
Bruno Pacheco e Ana Pastana – Da Revista Cenarium

MANAUS – O ex-governador do Amazonas José Melo (Pros), cassado por compra de votos em 2016, participou da convenção do PSDB e Cidadania do Estado, na manhã deste sábado, 30, e desceu do palco para tirar fotos com apoiadores que participam do lançamento da candidatura de Amazonino Mendes ao governo do Estado. Ao chegar no evento, Melo fez questão de cumprimentar o público e apareceu levantando as mãos para o alto em gesto de agradecimento.

O evento acontece na Quadra de Escola de Samba Sem Compromisso, na Avenida Margarita, Nova Cidade, zona Norte de Manaus, e lança candidatos da sigla aos cargos de deputado estadual, federal e senador. Entre os postulantes, estão o ex-prefeito da capital Arthur Virgílio Neto (Senado) e o vereador Amom Mandel (deputado federal).

Em meio ao ginásio cheio, José Melo não se intimidou e atendeu aos pedidos de apoiadores que estavam em frente ao palco. O ex-governador vem sendo “cabo eleitoral” do pré-candidato ao governo do Estado Amazonino Mendes (Cidadania).

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José Melo desce do palco e tira foto com apoiadores (Bruno Pacheco/Revista Cenarium)

Leia também: Ao lado de ex-governador preso por desvio na Saúde, Amazonino faz campanha de jatinho pelo interior do AM

Apoiadores no Ginásio da Escola de Samba Sem Compromisso (Bruno Pacheco/Revista Cenarium)

Maus Caminhos

Melo é Acusado de chefiar uma quadrilha que desviou dinheiro da Secretaria de Saúde do Amazonas (SES-AM) quando foi governador do Amazonas (abril de 2014 a março de 2017). O Ministério Público Federal (MPF) denunciou José Melo, em 2018, e cinco ex-secretários por integrarem organização criminosa apontada como responsável por promover desvios milionários de verbas federais destinadas à saúde, investigados pela Polícia Federal (PF) nos desdobramentos da operação “Maus Caminhos”.

Fonte: MPF

Segundo a PF, os valores ultrapassaram mais de R$ 200 milhões. Edilene Gonçalves Gomes e duas funcionárias da Secretaria de Saúde também são rés na ação penal. A ação penal detalha as condutas criminosas de cada um dos denunciados que compõem o núcleo político da organização criminosa.

Pelo inquérito, o então governador do Amazonas, José Melo, liderava o grupo formado pelo secretariado que compactuava com os crimes de corrupção cometidos pelos réus da Operação “Maus Caminhos”.

A denúncia do MPF apontou que Melo avalizou e permitiu a continuidade do esquema, que começou a operar desvios antes de sua gestão como governador. A denúncia assinala ainda que Melo nomeou pessoas de confiança, “as quais, cada uma na sua área, assentiriam e colaborariam diretamente com a livre atuação da organização criminosa, sempre mediante o pagamento de propina”.

Na ação, o MPF pediu a condenação dos denunciados pelo crime previsto na Lei nº 12.850, de 2 de agosto de 2013, que prevê pena de três a oito anos de prisão a quem “promover, constituir, financiar ou integrar” organização criminosa.  

A denúncia é resultado das operações “Custo Político” e “Estado de Emergência”, deflagradas pela Polícia Federal, em conjunto com o MPF e a Controladoria-Geral da União (CGU), que tem o objetivo de investigar o envolvimento de políticos do Amazonas no esquema de corrupção desvendado pela Operação “Maus Caminhos”.

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