Produtora cultural é indicada para chefiar escritório do Ministério da Cultura no AM

Michelle Andrews, produtora cultural e integrante da Bancada das Manas. (Divulgação)
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

MANAUS – A produtora cultural e ativista social Michelle Andrews foi indicada pela classe artística do Amazonas e partidos da base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para chefiar o escritório estadual do Ministério da Cultura no Estado. O anúncio do escritório em Manaus foi feito nesta semana, pela secretária dos Comitês de Cultura da pasta, Roberta Cristina Martins.

Segundo Andrews, a indicação partiu do Fórum do Audiovisual da secretária Nacional de Mulheres do PT, Anne Moura, de um dos líderes da Federação Brasil Esperança Amazonas, Eron Bezerra, e de conversas com a classe artística. Apesar da indicação, ainda não há nomeação. “Há uma série de conversas acontecendo desde o mês passado, com o segmento artístico, com os partidos da base do presidente Lula, mas a nomeação ainda não aconteceu”, afirmou.

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A produtora cultural, que tem quase 20 anos de trabalho no setor, afirmou que está feliz com a indicação e a vê como uma consolidação do trabalho de uma geração. “Acredito também que é a consolidação de uma geração de trabalhadores e trabalhadoras da cultura que iniciou sua carreira no século 21 e que entende que política cultural é estruturante para a sociedade também como motor econômico”, disse à REVISTA CENARIUM.

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Michelle Andrews é gestora no Coletivo Difusão e do Festival Até o Tucupi, além de presidente estadual do coletivo antirracista Une Negro Manaus. (Arquivo Pessoal)
Carreira no setor cultural

Michelle Andrews é gestora no Coletivo Difusão e do Festival Até o Tucupi, além de presidente estadual do coletivo antirracista Une Negro Manaus. Com a trajetória cultural, ela acredita que tem uma trajetória também política voltada para a questão da mulher e do negro, que vai contribuir com o cargo à frente do escritório estadual do Ministério da Cultura.

“Minha trajetória política é voltada para a questão da mulher, mas também para a questão da cultura, que é minha principal atividade profissional há 20 anos, e também às questões da negritude, onde desenvolvo junto com outros colegas artistas ações de combate ao racismo, de conscientização sobre as vivências negras, enfim, uma atuação ampla em campos que dialogam perfeitamente com a forma com que o governo federal entende a cultura hoje”, explicou.

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Lei Rouanet

De acordo com a secretária dos Comitês de Cultura do Ministério da Cultura, Roberta Cristina Martins, a previsão é que a representação do ministério, no Estado, comece a funcionar neste mês. O escritório regional tem como uma das funções atuar como representante estadual da pasta no respectivo Estado e participar da implementação e do acompanhamento das políticas culturais, mas não trabalha com o repasse de recursos para aplicação desses projetos.

Quanto a repasses de recursos, Michelle comentou que a Lei Rouanet de incentivo à cultura “virou uma coisa que a gente chama de ‘espantalho retórico'”. Ela ainda mencionou os desafios de trabalhar e representar o ministério em um Estado amplamente bolsonarista, como precisar trabalhar contra uma “máquina de fake news”.

“Quando se fala na lei, muito do que circula é totalmente absurdo e fora da realidade. Inclusive, pela natureza da lei e das isenções fiscais da Zona Franca, muitas empresas não participam dela aqui, no Amazonas, e acaba sendo um mecanismo raramente acessado por artistas locais”, explicou também.

“De qualquer forma, a máquina de fake news desses extremistas, com certeza, vai continuar mentindo e distorcendo sobre a natureza da lei sempre que houver oportunidade, e nós estaremos combatendo a extrema-direita com trabalho, ao invés de disputar curtidas em rede social”, concluiu ela.

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