Programa da Prefeitura de Manaus contempla projeto de vivência indígena para artistas

Tema original da proposta são os rituais indígenas exercitados na teoria e na prática (Fábio Simões/Concultura)
Da Revista Cenarium (*)

MANAUS – A oficina de vivência “Laboratório Performático Cura Amazônica” ofereceu vagas para 30 artistas de vários segmentos e membros dos povos Baré, Dessana, Sateré-Mawé e Tukano. Realizado de 2 a 4 de fevereiro, no Usina Chaminé, no Centro histórico da cidade, o projeto foi contemplado pelo edital Manaus Faz Cultura 2022, da Prefeitura de Manaus, por meio do Conselho Municipal de Cultura (Concultura) e Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), e atende ao Programa de Cultura Itinerante do município.

O diretor de Cultura do Concultura, Carlos Guedelha, participou da roda de conversa na abertura da oficina e destacou a política pública determinada pelo prefeito David Almeida, de descentralizar os projetos culturais de incentivo, geração de emprego e renda aos trabalhadores da cultura em todas as zonas da capital.

A arte, além de essencial como instrumento de reinvenção da vida, como disse Cecília Meireles, é um meio de vida com a indústria cultural, e potencializa a economia criativa. Por isso, é fundamental a formação do artista para gestão da carreira”, disse Guedelha.

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Multiplicidade

A vivência foi multiplicada pelo ator Eric Max, proponente do projeto, com a professora Carina Dessana, a atriz Jôce Mendes e o ator Kadosh Olive.

Tudo o que está vivo pode e deve se manifestar com arte“, justifica Max. Ele contou que a vivência foi influenciada pela multiplicidade étnica e ambiental do município de Novo Airão, onde nasceu. “Hoje, Manaus abre os braços, proporcionando a nós que possamos realizar arte, vindos do interior, da periferia rica em cultura“, finalizou.

Oficina disponibilizou vagas para 30 artistas de vários segmentos e membros dos povos indígenas (Fábio Simoes/Concultura)

Um grupo de quatro indígenas do município de Novo Airão participou da vivência. A cidade serviu de base para a pesquisa dos rituais e culturas indígenas empregadas na oficina. A indígena e acadêmica de Direito Carina Dessana “Horo Pakó” avaliou o programa de oficinas culturais como essencial para a difusão artística e cultural. “Só agradecemos à Prefeitura de Manaus pela iniciativa e oportunidade que iremos multiplicar em nossas comunidades“.

Singularidade e autonomia

O Laboratório Performático Cura Amazônica é uma vivência formativa gratuita com duração de três dias presenciais e direito a certificado. A classificação é livre, adequada para atores, estudantes, professores, artistas de diferentes vertentes das artes, das ciências humanas e sociais.

O tema original da proposta são os rituais indígenas que foram exercitados na teoria e, na prática, por meio de exercícios teatrais, como introdução ao reconhecimento da identidade original e a expressão da linguagem própria com autenticidade, singularidade, autonomia e despertar a expressividade performática ancestral coletiva. Nesse contexto, a Amazônia é um território sagrado, que necessita de agentes que atuem para a preservação da biodiversidade e a defesa da diversidade cultural dos nossos povos.

(*) Com informações de assessoria
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