PT tem consenso para candidatura de Lula à reeleição em 2026, afirma Haddad

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Foto: Ricardo Stuckert.
Da Revista Cenarium Amazônia*

BRASÍLIA, DF (UOL/FOLHAPRESS) – O ministro Fernando Haddad (Fazenda) admitiu nesta terça-feira, 2, que há consenso dentro do PT para a reeleição do presidente Lula (PT) em 2026.

Durante a campanha, Lula repetiu por diversas vezes que não concorreria à reeleição. Os principais argumentos eram a idade -ele terá 81 anos ao fim do pleito- e a vontade de se aposentar com a primeira-dama Janja da Silva, mas desde que assumiu tem revisto a posição.

Acredito que existe consenso dentro do PT e da base aliada sobre a candidatura do presidente Lula em 2026. Na minha opinião, é uma coisa que está bem pacificada. Não se discute“, disse Fernando Haddad, sobre 2026.

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O Lula foi três vezes presidente. Provavelmente, será uma quarta“, disse o ministro, em entrevista ao jornal O Globo publicada nesta terça-feira, 2. “Porque a natureza da liderança do Lula é diferente da de outros fenômenos eleitorais. O bolsonarismo tem uma dinâmica muito diferente.”

Ele disse não participar de reuniões internas do partido, mas assumiu não haver, ainda, um substituto e que não pensa em ser ele. “Excluído 2026, o fato é que a questão [de um sucessor] vai se colocar. E penso que deveria haver uma certa preocupação com isso.

Sem sucessor

Internamente, a falta de um sucessor forte é o que mais tem impulsionado Lula a quebrar sua promessa de campanha. Além disso, como indica a entrevista de Haddad, a visão dentro do PT e do Planalto é: se a reeleição de Lula é tido como algo praticamente garantido, por que arriscar?

Assim que assumiu, ele alçou diversos nomes no governo a sucedê-lo, mas nenhum despontou até então. Entre eles estavam Haddad, candidato em 2018, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), que vai ao STF.

Cutucada nos colegas

Na entrevista, Haddad deu ainda uma cutucada no PT e, sem citar nomes, na sua presidente Gleisi Hoffmann (PT-PR) e no ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa. A deputada paranaense tem sido uma das grandes críticas ao modelo econômico, considerado heterodoxo e pouco à esquerda, e ele e o ministro têm tido uma série de desentendimentos em relação ao corte de gastos para este ano.

Haddad argumentou que seu modelo não pode ser criticado quando trazer bons resultados e criticado em outros momentos. “Ou está tudo errado ou está tudo certo“, reclamou.

Não dá para celebrar Bolsa, juros, câmbio, emprego, risco-país, PIB que passou o Canadá, essas coisas todas, e simultaneamente ter a resolução que fala ‘está tudo errado, tem que mudar tudo“, criticou Haddad, em cutucada a colegas de partido.

Ele assumiu que há debates “às vezes menos e às vezes mais acalorados” com Rui, mas que, no fim, quem resolve é o chefe. “Tem uma pessoa que já comandou o país por oito anos e está completamente apto a arbitrar as divergências. Não considero ruim que haja divergências. É natural“, pontuou.

(*) Com informações da Folhapress

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