Quem é o engenheiro que venceu eleições para prefeito no interior de Roraima

Wagner Nunes foi eleito prefeito de Alto Alegre (RR) (Reprodução/Redes Sociais)
Jacildo Bezerra – Da Revista Cenarium

BOA VISTA (RR) – Com 53,60% dos votos válidos, o engenheiro Wagner Nunes (Republicanos), foi eleito como prefeito de Alto Alegre e irá comandar a prefeitura até 31 de dezembro de 2024. O segundo candidato que concorreu foi Valdenir Magrão (MDB), o qual obteve 46,40% dos votos. A abstenção foi de 18,64%, um recorde numa eleição municipal.

A eleição aconteceu neste domingo, dia 28 de abril, das 8h às 17h, para a escolha do prefeito e vice-prefeito que comandarão a cidade até o final do ano. A eleição suplementar foi designada pelo TRE- RR, através da Resolução nº 513/2024, após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassar o mandato do prefeito Pedro Henrique Machado (PSD) e da vice Simone Friedrich (PSD).

Ainda pela manhã, Nunes afirmou para a imprensa que estava confiante com a vitória. Estamos felizes pela caminhada que fizemos e pela campanha que desenvolvemos, e com fé em Deus tudo já deu certo. “Temos que trabalhar para resgatar a nossa dignidade”, disse Nunes.

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Com uma população de 21.096 pessoas e 25.454,297 km² de área territorial em 2022, Alto Alegre é o terceiro município mais populoso e o quarto maior em extensão de Roraima. O eleitorado apto a votar é formado por 11.216 pessoas. As eleitoras e eleitores tiveram a responsabilidade de decidir diretamente quem liderará o município até o final de 2024.

A eleição colocou em polos opostos as principais lideranças políticas de Roraima; de um lado o grupo liderado pelo governador Antonio Denarium, Senadores Mecias de Jesus e Hiran Gonçalves, e do outro o grupo do MDD, do ex-senador Romero Jucá e Teresa Surita, ex-prefeita da capital.

Em entrevista à imprensa a juíza de Alto Alegre, Sissi Schwantes, criticou a compra de votos denunciada contra os dois candidatos a prefeito Valdenir Magrão (MDB) e Wagner Nunes (Republicanos). Segundo ela, o fato é lamentável por ser o mesmo motivo que causou a cassação do ex-prefeito Pedro Henrique Machado, cuja condenação foi enquadrada como distribuição irregular de cestas básicas em processo aberto por ela após a campanha de 2020.

“Isso nos preocupa porque essa eleição é suplementar. Já decorre de uma cassação de um prefeito, por isso que foram realizadas novas eleições e, novamente, o problema da compra de votos, da falta de lisura dos candidatos que estão sendo votados”, lamentou a juíza.

Schwantes disse que a Justiça está atenta na análise das prisões, dos flagrantes e dos pedidos de busca e apreensão, e prometeu analisar com agilidade os processos apresentados na Justiça. “Alguns têm tempo maior, alguns vão virar inquérito, outros são ações cíveis, de impugnação de mandato. Todos esses têm que respeitar o contraditório e a ampla defesa, os prazos. Mas nós vamos atuar para que se transcorram da forma mais célere possível, respeitando os prazos legais”, declarou.

Segundo o analista político Faradilson Mesquita, pouca coisa muda com a eleição de Wagner Nunes em Alto Alegre, já que esta era apenas suplementar; já a eleição em outubro é normal, onde o governo vai disputar a eleição em 15 municípios com candidatos majoritários e na proporcional.

A realização de eleição suplementar não é novidade em Roraima, apesar de ser a primeira vez em que ocorrerá uma eleição suplementar em Roraima devido à cassação de um mandato. Esta será a terceira vez que esse tipo de pleito será realizado em Roraima. Em 2009, ocorreu nos municípios de Bonfim e Amajari.

Em Amajari, o candidato mais votado para o cargo em 2008, Hugo Cabral de Macedo Filho, foi presidente da Câmara de Vereadores do município e teve as contas relativas ao período rejeitadas pelo Tribunal de Contas do estado. Rodrigo Mota de Macedo foi eleito prefeito no pleito ocorrido no ano seguinte.

Já no Bonfim, uma nova eleição se fez necessária devido ao indeferimento do registro de candidatura de Paulo Francisco da Silva, o Paulo Tiririca. Domingos Santana Silva foi o candidato eleito de forma suplementar em 2009.

Quem é o novo Prefeito de Alto Alegre

Natural da cidade de Governador Valadares, em Minas Gerais, Wagner de Oliveira Nunes, de 46 anos, disputou a eleição pelo partido Republicanos, o mesmo do senador Mecias de Jesus. Essa foi a segunda vez que ele concorreu ao cargo, a primeira foi em 2020, ano em que Pedro Henrique foi reeleito. Nascido em 1977, Wagner Nunes é professor de ensino médio e engenheiro civil. Ele também já concorreu ao cargo de vice-prefeito do município, em 2012.

Com um total de 53,60% dos votos válidos (4.702), Wagner derrotou Valdenir Magrão (MDB), que estava como interino na função, já que é o presidente da Câmara de Vereadores. Ele foi eleito com 632 votos a mais que Magrão, que ficou com 4.070 votos (46,40%).

A campanha suplementar realizada em Alto Alegre foi marcada por uma série de denúncias de compra de votos, o que é ‘normal’ nos pequenos municípios de Roraima. Mesmo tenho sido eleito para um mandato tampão Wagner pode concorrer a reeleição na eleição regulamentar de outubro de 2024.

Os maiores apoiadores da campanha de Wagner Nunes à prefeitura foi o governador de Roraima Antonio Denarium (PP), e os senadores Mecias de Jesus (Republicanos) e Hiran Gonçalves (PP).

A nossa reportagem entrou em contato com o prefeito eleito de Alto Alegre mas até o fechamento dessa matéria o mesmo não retorno nossas mensagens.

Leia mais: Servidor de prefeitura do interior do MT movimentou R$ 3 milhões em conta particular
Editado por Aldizangela Brito
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