Vereadores aceitam denúncia e prefeito de Borba pode ser cassado

Prefeito de Borba, Simão Peixoto (Reprodução/Internet)
Eduardo Figueiredo – Da Revista Cenarium

MANAUS – Vereadores da Câmara Municipal de Borba (distante 149 quilômetros da capital do Amazonas) aceitaram a denúncia de quebra de decoro em ação popular contra o prefeito Simão Peixoto (Progressistas), por sete votos, nessa segunda-feira, 19. Peixoto está preso desde o último dia 29, por desvio de R$ 29 milhões em fraudes de licitações.

A comissão processante que vai apurar as denúncias contra o prefeito será presidida pela vereadora enfermeira Tatiana Franco, o relator será o vereador Pedro Paz e o secretário será o vereador Edilson Batista. A presidente da comissão já foi ameaçada pelo prefeito, em 2022. Na ocasião, ele ameaçou “dar uma ripada” (ato de agredir com um pedaço de madeira) na vereadora.

“É um momento ímpar para o município e nessa caminhada a gente precisa de uma assessoria jurídica. A gente está aqui para fazer todo desenvolvimento do processo de acordo com o que manda a lei, e a gente vai estar aí somando todos os votos para que tudo transcorra com maior transparência possível”, disse a relatora.

PUBLICIDADE
A vereadora Tatiana Franco mostrando o Boletim de Ocorrência (B.O) contra o prefeito (Reprodução)

“Esse processo de cassação por quebra de decoro é marco na história política de Borba. Portanto, há uma complexidade muito grande no desenrolar dos trabalhos, por isso é importante que venha imediatamente essa assessoria (jurídica) para dar esse suporte”, acrescentou o relator Edilson Batista.

Leia também: Procuradoria pede proteção urgente para vereadora ameaçada por prefeito de Borba

Simão Peixoto é envolvido em diversas polêmicas. Na trajetória do prefeito constam episódios como a luta de MMA contra um ex-vereador de Borba, o ataque ao presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam), o deputado estadual Roberto Cidade (União Brasil), durante campanha eleitoral, e a suspeita de improbidade administrativa.

Prisão

Simão Peixoto se entregou no último dia 29 de maio, na sede do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), na avenida Brasil, bairro Compensa, Zona Oeste da capital amazonense. O Ministério Público do Amazonas (MP-AM) pediu a prisão preventiva do prefeito Simão e de outras dez pessoas ligadas a ele, incluindo familiares e servidores da prefeitura.

O prefeito foi alvo de uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM), por desvio de R$ 29 milhões em fraudes de licitações.

Fachada da Câmara Municipal de Borba (Reprodução)

Os envolvidos são investigados por associação criminosa, fraudes em licitação, lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva realizadas por meio da prefeitura de Borba, tendo Simão Peixoto como chefe da organização.

Leia também: Após seis dias foragido, prefeito de Borba, no AM, se entrega à polícia
Veja os vereadores que votaram à favor da cassação:

Vereadores que votaram por dar continuidade ao processo de impeachment na comissão:

  • Rodrigo Pantoja (PSL)
  • Edilson Batista (PP)
  • Geremias da Cruz (Republicanos)
  • Pedro Paz (MDB)
  • Tadeu Linhares (PV)
  • Cláudio do Zezão (PP)
  • Tatiana Franco (PTB)
PUBLICIDADE

O que você achou deste conteúdo?

Compartilhe:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.