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‘Queria o Amazonas em mim’: fotojornalista da CENARIUM inspira tatuagens regionais
Imagem de fotojornalista da CENARIUM inspirou tatuagens (Arte: Mateus Moura)
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19 de março de 2023
Ívina Garcia – Da Revista Cenarium
MANAUS – “Queria o Amazonas em mim”; é o que afirma a designer Livia Hadassa, que tatuou a premiada imagem do pirarucu, feita pelo fotojornalista da REVISTA CENARIUM, Ricardo Oliveira, na pele. Além dela, Thiago Coelho Raposo também fez o registro da foto que mostra um pescador carregando um pirarucu nas costas. O peixe é um dos maiores peixes da bacia amazônica, conhecido, popularmente, como “bacalhau da Amazônia” ou “gigante das águas doces“.
Capturada em 2013, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, no interior do Amazonas, a fotografia foi premiada no “Prêmio Sebrae de Jornalismo 2013”, com o título “Milagre dos Peixes”. A imagem também foi utilizada impressa em capas de livros, materiais artísticos e, agora, está marcada para sempre na pele de Thiago e Lívia.
A designer Lívia Hadassa explica que escolheu a fotografia de Ricardo quando estava procurando algo que representasse suas raízes, mas que, ao mesmo tempo, saísse do óbvio. “Queria algo que tivesse um grau de sentimentalismo para mim, sou manauara e queria o Amazonas em mim. Procurei muito no Pinterest [site de imagens], tinha muita cúpula do Teatro, mas eu queria outra coisa e logo apareceu a fotografia do Ricardo“, conta.
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Hadassa diz ainda que a escolha ocorreu porque a imagem, para ela, mostra a força do ribeirinho. “O pirarucu é meu peixe preferido, ele é muito pesado, é muito grande, e aquela imagem mostra os músculos e eu gosto que o Davi [otatuador] conseguiu repassar isso para a imagem. De conseguir mostrar a força do amazonense“, explica.
Segundo o tatuador da designer Davi Rodrigues (imagem à esquerda), essa foi a primeira vez que fez algo especificamente regional. “Foi a primeira vez que eu fiz algo bem específico assim, mas fico muito feliz quando meus clientes trazem ideias mais regionais“, diz.
Ele explica, ainda, que a técnica utilizada se chama minirrealismo, que utiliza uma agulha mais fina e consegue reproduzir praticamente qualquer imagem em um tamanho menor, fielmente. “Passei muito tempo perdido no estilo que eu queria levar para frente, até que comecei a sentir vontade de conhecer melhor, então passei a estudar mais sobre e reproduzir imagens assim, e agora se tornou o meu foco daqui em diante, aprender mais e tatuar cada dia melhor“, conta.
Inspiração
Ricardo Oliveira é amazonense, iniciou a carreira no Rio de Janeiro, onde morou e estudou na FotoRiografia. Foi um dos vencedores do “1º Prêmio de Jornalismo Governo do Estado do Amazonas” e participou da exposição coletiva “É Tempo de Brasil”, no Museu do Louvre, em Paris, durante a Copa do Mundo de Futebol, de 1998.
“Essa imagem já teve várias publicações, já tem quase dez anos que capturei e ela continua em evidência. As pessoas falam que ela ficou icônica com a representação do homem-peixe. Fiz numa luz dura de meio-dia e realçou o contorno do peixe e do homem sendo um só ser“, explica o fotojornalista.
Ele conta também que a inspiração para dar o título à fotografia veio de um LP de Milton Nascimento que carrega o mesmo nome: “O Milagre dos Peixes“. Segundo o fotógrafo, ele enxerga o registro na pele como uma forma sagrada de se retratar a Amazônia.
“O pirarucu é o rei dos rios, eu só fui um canal para que a imagem chegasse até eles. Eu acredito que a Amazônia sensibiliza as pessoas, e é muito lindo ver um registro dela sendo eternizado“, conta ele.
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