Região Norte registra taxa de informalidade acima da média nacional

Emprego informal (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Da Revista Cenarium Amazônia*

BRASÍLIA (DF) – No terceiro trimestre de 2023, o desemprego no País chegou a 7,7%, uma queda de 0,3 ponto percentual (p.p.) no confronto com o segundo trimestre. A retração foi acompanhada por apenas três Unidades da Federação (UFs): Acre, Maranhão e São Paulo. Por outro lado, em Roraima, houve aumento enquanto as demais UFs permaneceram estáveis. Na comparação com o mesmo trimestre de 2022 (8,7%), o recuo foi de 1 p.p.. Os dados são do resultado trimestral da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada nesta quarta-feira, 22, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Todas as regiões apresentaram uma tendência de redução na passagem do 2° tri para o 3° tri de 2023, mas apenas o Sudeste teve uma queda na desocupação estatisticamente significativa, de 7,9% para 7,5%, sendo, portanto, a região que mais contribuiu para a queda na taxa em nível nacional.

De acordo com Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, o resultado em São Paulo foi fundamental para o resultado nacional do 3° tri. No Estado paulista, o desemprego recuou de 7,8% para 7,1%. A queda no Brasil não foi um processo disseminado nos Estados. A maior parte da UF mostra uma tendência de redução na taxa de desocupação, mas apenas 3 Estados registram queda estatisticamente significativa, principalmente, por conta da redução da desocupação. E São Paulo tem uma importância dado o contingente do mercado de trabalho, o que influencia bastante a queda em nível nacional”, explica a pesquisadora.

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Pessoas na fila para atendimento na Agência do Trabalhador (Reprodução/Agência Brasil)


Ainda segundo a pesquisa, a população desocupada em São Paulo caiu 8,4 p.p.. “É um processo de queda por uma redução na procura por trabalho, com um aumento estatístico na população ocupada na atividade de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas”, detalha Beringuy, citando o setor que teve aumento de 6,4% no contingente de pessoas ocupadas.

Outros dois Estados também tiveram queda na desocupação. No Maranhão, a taxa saiu de 8,8% para 6,7%, enquanto no Acre, foi de 9,3% para 6,2%. “Nos dois casos, há um movimento mais robusto, porque além da retração da redução na procura, houve expansão na ocupação. No caso do Maranhão, se deu, principalmente, no setor de alojamento e alimentação”, observa a analista.

Por outro lado, apenas em Roraima houve crescimento da desocupação no 3° trimestre de 2023, de 5,1% para 7,6%. Em termos regionais, o Nordeste permaneceu com a maior taxa (10,8%), e o Sul, com a menor (4,6%).

Informalidade fica acima da média nacional no Norte e Nordeste

A taxa de informalidade no País foi de 39,1% da população ocupada no 3° tri de 2023. No recorte regional, o Norte (52,8%) e o Nordeste (51,8%) registraram taxa acima da média nacional. Na análise por UF, os maiores percentuais foram no Maranhão (57,3%), Pará (57,1%) e Amazonas (55,0%). Santa Catarina (26,8%), Distrito Federal (30,6%) e São Paulo (31,3%) tiveram as menores taxas.

Já no que diz respeito à taxa de subutilização, a pesquisa mostra que o Piauí (38,4%) registrou o maior percentual no 3° trimestre de 2023, seguido por Bahia (32,8%) e Sergipe (31,8%). Já as menores taxas ficaram com Rondônia (5,3%), Santa Catarina (6,1%) e Mato Grosso (8,4%). Rondônia, aliás, tem o maior percentual de trabalhadores por conta própria (34%), acima da média nacional (25,5%). A menor taxa nesse índice foi registrada no Distrito Federal (19%).

Leia mais: Pará e Amazonas lideram informalidade no País, no primeiro trimestre de 2023
(*) Com informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
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