Regina Duarte ironiza situação de calamidade vivida pelos Yanomami e colegas a repreendem

A atriz Regina Duarte (Reprodução)
Priscilla Peixoto – Da Revista Cenarium

MANAUS – A atriz e ex-secretária de Cultura do Governo Jair Bolsonaro (PL) é alvo de críticas nas redes sociais e, principalmente, de colegas artistas após fazer uma postagem sobre a situação vivida pelo povo Yanomami, em Roraima. Apoiadora declarada do ex-presidente, a atriz chegou a duvidar da situação de fome sofrida pelos indígenas da região.

“A infância desamparada dos Yanomami, uma gente criada à base de mandioca, feijão, verduras e peixes”, escreveu Regina, no Instagram, que logo foi rebatida pelos colegas.

Em tom de repreensão e decepção, a atriz Elisa Lucinda respondeu: “Sua postagem é cruel. Onde será que mora a Regina amorosa que conhecíamos? Que postagem é essa?“, questionou a colega.

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Colegas de trabalho se revoltam com Regina Duarte (Reprodução/Instagram)

Outra resposta que chamou atenção em relação à postura de Regina foi a do ator Paulo Betti que pediu respeito e considerou a ação da atriz “inexplicável”. “Você é mãe, avó! Respeite a inteligência de quem lê suas postagens e te segue! Respeite o povo Yanomami”, rebateu Paulo.

Paulo Betti rebate a atriz nas redes sociais (Reprodução/Instagram)

A apresentadora Astrid Fontenelle respondeu Regina destacando que a ex-secretária de Cultura “ultrapassou os limites”. “Não se sensibilizar com a situação dessas crianças é porque a sua humanidade foi embora da sua alma.”

(Reprodução/Internet)

Além dos colegas de profissão, a atriz também gerou revolta nos seguidores que, dentre as inúmeras críticas, a chamaram de “perversa”, “cruel” e “assustadora”.

(Reprodução/Instagram)

Tentativa de minimizar a situação

O post, no Instagram, segue a mesma linha do discurso adotado por Bolsonaro e seus seguidores, em um viés que tenta minimizar a calamidade vivida pelos indígenas.

No último dia 22 de janeiro, por exemplo, o ex-presidente disparou, em um grupo de Telegram, um texto alegando que seu governo realizou, entre os anos de 2020 a 2022, 20 ações de saúde dentro do território indígena, e que o fato vivido pelos Yanomami, e noticiado para todo o mundo, seria “farsa da esquerda”.

Nos últimos quatro anos, quase 600 crianças Yanomami, com menos de cinco anos, morreram por conta da desassistência
(Reprodução/Urihi Associação Yanomami)

“Contra mais uma farsa da esquerda, a verdade! De 2020 a 2022, foram realizadas 20 ações de saúde que levaram atenção especializada para dentro dos territórios indígenas.”

Segundo dados do Ministério da Saúde, nos últimos quatro anos, quase 600 crianças Yanomami, com menos de cinco anos, morreram vítimas de desnutrição, diarreia, malária e verminoses. Doenças que poderiam ter sido evitadas com mais assistência e acesso a serviços públicos de saúde.

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