Com informações do Infoglobo
RIO DE JANEIRO – Estudo do economista Maurício Moura, presidente da empresa de pesquisas Ideia, aponta que as chances de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) estão diretamente vinculadas a duas variáveis fora do tradicional índice de intenção de votos: a aprovação e reprovação do governo.
De acordo com o estudo, a partir do histórico de reeleição e aprovação de governos estaduais e federais, um índice de apoio acima de 50% daria ao presidente ou governador uma probabilidade de reeleição de 86%. Mas a média atual de eleitores que consideram o Governo Bolsonaro ótimo ou bom, de 34% na pesquisa Exame/Ideia divulgada nesta quinta-feira, limita suas chances em 23%.
“A boa notícia para Bolsonaro, nas curvas das últimas pesquisas, é que a aprovação ao governo tende a subir, mais pela redução no preço dos combustíveis do que pelo reajuste no Auxílio Brasil. A má notícia é que a desaprovação ao governo segue alta demais, 46%”, compara Moura.
Entre os mais pobres, 54% consideram o Governo Bolsonaro ruim ou péssimo.
Histórico de pesquisas levantadas por Moura mostra que, hoje, o Governo Bolsonaro tem uma avaliação positiva levemente maior que o de Dilma Rousseff, em agosto de 2014, mas a desaprovação é muito maior.
“O saldo do governo é deficitário. O obstáculo de Bolsonaro será transformar a desaprovação em avaliação regular, depois para positiva e, finalmente, convencer este eleitor a votar pela reeleição. Tudo isso em pouco mais de um mês de campanha”, analisa Moura.
Correlação entre rejeição a Bolsonaro e voto em Lula no segundo turno
Na pesquisa Exame/Ideia, o ex-presidente Lula (PT) lidera com 44% das intenções de voto, mesmo número de julho. Já Bolsonaro saiu de 33% para 36%. O aumento de julho para agosto está na margem de erro da pesquisa e três pontos percentuais, para mais ou para menos, é o mesmo que o presidente ostentava em junho.
A análise da simulação para o segundo turno aponta outro obstáculo para Bolsonaro, sua rejeição. Metade dos eleitores entrevistados pela Exame/Ideia diz que Bolsonaro não merece ser reeleito, índice similar aos 49% obtidos por Lula contra o presidente na simulação de segundo turno.
“Existe uma correlação entre a rejeição ao presidente à votação de Lula no segundo turno. Comparando com eleições anteriores, no Brasil, e outros países, esse índice coloca o presidente em uma situação delicada”, relata Moura.
Compartilhe:
Comentários