Rejeitado por 70% do eleitorado, prefeito de Belém anuncia pacote de R$ 2 bilhões

Prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues (Reprodução/Agência Belém)
Madson Souza – Da Revista Cenarium Amazônia

BELÉM (PA) – Belém é a única capital administrada pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e enfrenta altos índices de rejeição ao mandato do prefeito Edmilson Rodrigues. Segundo levantamento divulgado nesta terça-feira, 7, pelo Instituto Paraná Pesquisas, a gestão municipal é desaprovada por 71,3% da população e aprovada por apenas 25,9% — outros 2,8% não souberam ou não quiseram responder.

Pesquisa divulgada nesta terça-feira, 7, pelo Instituto Paraná Pesquisa (Divulgação)

Para tentar mudar esse cenário, a Prefeitura de Belém anunciou, no final de outubro, um Plano de Investimento de R$ 2 bilhões, entre 2023 e 2024, para obras estruturais nas áreas de mobilidade, saneamento e saúde. Dentro desses investimentos está o Parque Urbano Igarapé São Joaquim; duplicação e urbanização da Avenida Bernardo Sayão; implantação do BRS (Bus Rapid Service) na Avenida Júlio César; reforma do Complexo do Ver-o-Peso; urbanização e requalificação do Complexo do Mercado de São Braz e a macrodrenagem da Bacia Hidrográfica do Mata Fome (Prommaf), que fazem parte de um pacote de obras para a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-30).

Uma demanda histórica da população é o transporte público da capital, que há mais de 40 anos opera no sistema de permissão. “Quem mora em Belém sabe das dificuldades que é pegar ônibus e, quando chegam, são velhos e calorentos. Estou torcendo para que esses ônibus com ar-condicionado comecem a rodar na cidade. Finalmente, os governos se uniram para melhorar a vida de quem depende desse serviço”, opina a atendente de farmácia Lúcia Souza.

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Ônibus novos

No dia 28 de outubro, o prefeito Edmilson Rodrigues anunciou nas suas redes sociais que o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belém (Setransbel) assinou o contrato com o Banco Luso e comprou os 300 novos ônibus com Wi-Fi e ar-condicionado, que irão chegar em até 120 dias na capital.

Em uma recente entrevista para um podcast, Edmilson Rodrigues disse que as pessoas criaram altas expectativas em relação ao seu governo e que a situação da pandemia e a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro atrapalharam sua administração. “Nos dois primeiros anos do nosso governo foram muito difíceis. Quando assumi, a Prefeitura estava muito endividada. Existe um movimento forte de extrema-direita em Belém, e acredito que cometemos erros na comunicação com a sociedade”, disse o prefeito.

Avaliação do Governo Helder e Lula

No mesmo levantamento, o Instituto Paraná Pesquisas avaliou as gestões do governador Helder Barbalho (MDB) e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Belém. De acordo com as pessoas ouvidas no levantamento, 77,6% aprovam a maneira como Helder administra o Estado, 18,7% reprovam, e 3,7% não opinaram. Já o terceiro mandato do presidente Lula é aprovado por 58,7% dos moradores de Belém e reprovado por 37,8%; 3,4% não responderam à pesquisa.

Avaliação da gestão do governador Helder Barbalho (Divulgação)

Para a realização desta pesquisa foi utilizada uma amostra de 812 eleitores. O trabalho de levantamento dos dados foi feito por meio de entrevistas pessoais, com eleitores com 16 anos ou mais, entre os dias 2 e 6 de novembro de 2023. O nível de confiança é de 95,0% para uma margem estimada de erro de aproximadamente 3,5 pontos percentuais.

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Leia a pesquisa na íntegra:
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