Retomada do Conama inicia recuperação de política nacional de meio ambiente

O ministro do STJ, Herman Benjamin, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o seu secretário executivo, João Paulo Capobianco, durante reunião do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e posse dos novos conselheiros (José Cruz/Agência Brasil)
Adrisa De Góes – Da Revista Cenarium

MANAUS (AM) – O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), órgão consultivo e de participação social do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), realizou nesta quarta-feira, 17, a retomada dos trabalhos após reestruturação. A posse dos 113 conselheiros que representam um espectro diversificado da sociedade brasileira marcou a reunião, na sede do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em Brasília.

Na nova formação, o Conama será presidido pela ministra do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Marina Silva, e terá representantes de todos os ministérios, dos governos estaduais e do Distrito Federal, de órgãos ambientais, das Forças Armadas, entre outros. Durante o discurso, a ministra lamentou a condição a qual o conselho foi reduzido, na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), quando passou de 96 para 23 membros.

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A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, durante reunião do Conama (José Cruz/Agência Brasil)

“O Conama é um compromisso do presidente Lula, já nos primeiros dias de governo. Só para se ter uma ideia, dos dez decretos que foram assinados em 1° de janeiro, cinco foram da pasta ambiental, fundamentais para que pudéssemos retomar, praticamente, em situação de terra arrasada, a política nacional de meio ambiente, fazendo a recuperação da agenda que foi perdida. É a retomada do Conama, é o Brasil que volta, é a política do meio ambiente que volta”, ressaltou Marina.

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Desafios

O Conama tem uma lista de desafios: o combate ao desmatamento e à perda da biodiversidade; proteção dos povos e comunidades tradicionais; fortalecimento e promoção da bioeconomia.

Entre as atribuições, o colegiado é responsável por estabelecer normas para licenciamento ambiental, analisar penalidades do Ibama, definir normas sobre poluição urbana, além de analisar projetos públicos e privados que possam ter alto impacto no meio ambiente.

Reestruturado, o decreto federal (11.417/2023) do novo Conama garante diversidade de raça e gênero entre os membros, com reuniões públicas e com transmissão, em tempo real, disponibilizadas na internet, “para fácil acesso da população”, bem como as atas das pautas discutidas.

O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, durante reunião do Conama (José Cruz/ Agência Brasil)

Presença amazonense

Maior Estado do Brasil em área territorial, com cerca de 1.559.168 quilômetros quadrados (km²), e com mais de 90% de florestas conservadas, o Amazonas marcou presença no Conama. Representando o governo Wilson Lima (União Brasil), o titular da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), Eduardo Taveira, participou da solenidade.

O secretário discursou em nome dos governos estaduais e destacou que o Conama permite a retomada de um espaço democrático que aborda assuntos indispensáveis para o enriquecimento da política ambiental e, que terá, com a reestruturação, a devida contribuição de todos os territórios do País.

O secretário de Meio Ambiente do Amazonas, Eduardo Taveira, e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Reprodução/Redes Sociais)

“Quanto mais engajado, mais democrático, com maior participação popular, melhor, inclusive, para construção das políticas públicas. Eu queria destacar que mais de 90% [das políticas públicas] pesa sobre exercícios dos Estados, com impacto direto nos municípios. Então, é fundamental a participação dessas instâncias nos debates e nas construções das políticas públicas ambientais”, ressaltou Taveira.

Composição

A nova estrutura do Conama conta com 44 representantes do governo federal – incluindo nomes de todos os ministérios, 27 membros de cada Unidade da Federação (UF) e oito integrantes de governos municipais.

Também estão no Conama entidades de trabalhadores e sociedade civil (22); entidades empresariais (8); além de conselheiros convidados do Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público Estadual (MPE), Câmara dos Deputados e Senado Federal (4).

Os conselheiros vão criar estudos para assessorar e propor, ao governo federal, diretrizes para embasar decisões sobre a exploração de recursos naturais e preservação ambiental. O intuito é debater temas como criação de leis, fiscalização de projetos e, ainda, acompanhamento da legislação ambiental.

Veja a íntegra do decreto do Conama:

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