Rio Negro atinge cota de inundação; passarelas começam a ser construídas em Manaus

Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

MANAUS – O Rio Negro atingiu nesta sexta-feira, 19, 27,50 metros, representando cota de inundação. Com isso, a Defesa Civil começou a construir passarelas, conhecidas regionalmente como “marombas”, para quem mora em áreas afetadas pela cheia dos rios em Manaus. O órgão prevê que, aproximadamente, 19 bairros na capital podem ser atingidos pela subida das águas.

Órgãos da administração municipal lançaram, nesta sexta-feira, a “Operação Cheia 2023”. Serão atendidos, inicialmente, os bairros São Jorge, zona Oeste, e Educandos, zona Sul, com 588 metros de pontes. A previsão é que o bairro Aparecida, também na zona Sul, seja o próximo a receber as estruturas.

“A gente está trabalhando, nesse primeiro momento, imaginando que cerca de 19 bairros em Manaus serão atingidos com a enchente do Rio Negro, analisando aí que ela [a cheia] deve ficar abaixo dos 29 metros. A princípio é isso, mas, realmente, são dados que vão mudando conforme o comportamento da cheia”, afirmou o secretário da Defesa Civil, Gladiston Silva.

Veja quais bairros podem ser afetados pela cheia:

1. Compensa
2. Santo Antônio
3. Glória
4. São Raimundo
5. Centro
6. Aparecida
7. Puraquequara
8. Tarumã
9. Colônia Antônio Aleixo
10. São Jorge
11. Educandos
12. Mauazinho
13. Cachoeirinha
14. Betânia
15. Crespo
16. Raiz
17. Japiim
18. Alfredo Nascimento
19. Aleixo

A operação adquiriu R$ 2 milhões em madeira. A construção das pontes iniciou em 3 de maio, antes do nível do Rio Negro atingir a cota de inundação. “A gente tem buscado se antecipar para que as famílias não sofram as consequências tão severas em relação a essa cheia, perdendo seu direito de ir e vir, poder sair, seus filhos irem pras escolas”, acrescentou Silva.

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Assistência às famílias

A operação oferece, além da construção de pontes, ajuda humanitária, cestas básicas, colchões, kit higiene e Auxílio Aluguel de R$ 600, por dois meses. Quatro mil famílias devem ser assistidas pela Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc). A previsão orçamentária é de R$ 9 milhões, dos quais metade é para Auxílio Aluguel e o restante para benefícios eventuais.

“Todas as estimativas apontam que não será uma cheia tão forte quanto foram as anteriores como ano passado e ano retrasado, mas nós estamos preparados, na Assistência Social, para atender até 4 mil famílias com a política com serviços e benefícios da política de assistência social”, afirmou o secretário Eduardo Lucas.

De acordo com a secretaria, as famílias beneficiadas foram cadastradas no ano passado. Agora, assistentes visitarão as comunidades, começando pelos bairros Educandos e São Jorge, para ratificar os dados. As famílias devem receber o auxílio dentro de 15 a 20 dias.

Recursos federais

O vice-prefeito de Manaus e secretário da Casa Civil, Marcos Rotta, lembrou que o prefeito David Almeida voltou de Brasília nessa quinta-feira, 18, onde conseguiu recursos para dar solução as 62 áreas de alta risco em Manaus. Há promessa, ainda, da construção de 5 mil casas no programa “Minha Casa Minha Vida” para famílias dessas áreas de risco.

“A gente pode criar um horizonte de expectativas para que a gente retire as pessoas dessas áreas de risco onde elas estão morando. As pessoas não escolhem áreas de risco, às margens dos igarapés, das encostas, porque acham bacana, acham bonito morar nesses locais perigosos, vão pela necessidade”, lembrou Rotta.

“Nós temos, na cidade de Manaus, 62 erosões de grande proporções, algumas que eu conheço com mais de 150 metros de profundidade. O David resolveu, com recursos próprios, encarar esse obstáculo e esse desafio e já recuperou 17 áreas”, destacou o secretário, lembrando que o recuso deverá ser enviado à capital até julho.