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Saiba o que é febre maculosa, nova doença que já vitimou pessoas no Brasil
O carrapato-estrela é o principal hospedeiro da bactéria causadora da doença (Reprodução/PBH)
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14 de junho de 2023
Adrisa De Góes – Da Revista Cenarium
MANAUS (AM) – Após o Instituto Adolfo Lutz confirmar a terceira morte por febre maculosa no Estado de São Paulo, na terça-feira, 13, a busca pelo termo na internet disparou. De acordo com o Google Trends, ferramenta do Google que mostra os assuntos mais populares da rede, foram mais de 500 mil pesquisas desde a confirmação até esta quarta-feira, 14.
O aumento de casos suspeitos na última semana, seguido de confirmações, chamaram a atenção dos internautas para os riscos da doença, causada por uma bactéria e transmitida pela picada do carrapato. As principais dúvidas sobre a enfermidade são: o que é; transmissão; sintomas e tratamento.
Febre maculosa: o que é?
De acordo com o Ministério da Saúde, a febre maculosa é uma doença infecciosa e febril aguda ocasionada pela bactéria do gênero riquétsias (Rickettsia), que tem transmissão mais comum pelo carrapato-estrela (Amblyomma cajennense). Com elevada taxa de letalidade, ela pode variar desde as formas clínicas leves e atípicas até formas graves.
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No Brasil, há duas espécies de riquétsias: a rickettsii e a parkeri. A primeira, leva ao quadro de Febre Maculosa Brasileira (FMB), doença considerada grave, registrada no Norte do Estado do Paraná, assim como nos Estados da Região Sudeste. Já a segunda, possui registros em ambientes de Mata Atlântica, como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia e Ceará, e possui quadros clínicos menos graves.
Como acontece a transmissão?
Para transmitir a doença, o carrapato precisa ficar por, pelo menos, quatro horas fixado na pele da pessoa. Entretanto, não são todos que transmitem a moléstia, apenas aqueles que já hospedam a bactéria Rickettsia.
O médico pediatra e sanitarista Daniel Becker afirma que não existe transmissão da doença de uma pessoa para outra. “Não é todo carrapato que mata. Não se angustiem. Não pirem se acharem carrapatos nos seus filhos. Essa é uma doença rara, mais prevalente no Sudeste, no Norte do Paraná e no Estado do Sudeste, mas continua sendo rara”, explica em vídeo publicado nas redes sociais.
De acordo com o médico veterinário Thiago Góes, nos animais, o carrapato-estrela tem preferência em se hospedar em cavalos, capivaras e antas. Caso não haja uma dessas espécies para que ele complete o ciclo de vida, ele vai atrás de outro hospedeiro.
“Geralmente, é nessa tentativa de encontrar um hospedeiro, que não seja um desses três, que ele acaba acometendo cães, gatos, alguns outros animais de fazenda e, eventualmente, ele acaba atacando o ser humano”, disse à REVISTA CENARIUM.
Quais os sintomas da doença?
Os principais sintomas da febre maculosa são febre, dor de cabeça intensa, náuseas, vômitos, diarreia, dor abdominal, dor muscular constante, inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés. Algumas pessoas também podem apresentar gangrena nos dedos e orelhas.
O Ministério da Saúde também ressalta que, em alguns casos, a doença também pode provocar paralisia dos membros, que inicia nas pernas e pode subir até os pulmões, o que pode ocasionar parada respiratória. Os primeiros sintomas aparecem de dois a 14 dias depois da picada, porém, na maioria dos casos, sete dias depois.
Como é o tratamento?
Assim que surgem os primeiros sintomas, a pessoa infectada deve procurar uma unidade de saúde, a fim de evitar formas mais graves da doença. O tratamento é realizado com antibiótico específico, por isso, é importante o diagnóstico preciso.
A depender da gravidade do caso, pode ser necessária a internação do paciente. A falta ou demora no tratamento da febre maculosa pode agravar o caso e levar à morte.
Últimos casos confirmados
Nesta quarta-feira, 14, a Secretaria de Saúde de Campinas confirmou a notificação de mais um caso suspeito de febre maculosa no município. Com isso, são seis os possíveis registros da doença, associados à Fazenda Santa Margarida.
A paciente mais recente é uma mulher de 40 anos, moradora de Hortolândia. Ela esteve na fazenda onde iniciou o surto da doença, no último dia 27 de maio. A pasta informou que a paciente apresentou sintomas em 10 de junho e está internada em um hospital privado de Campinas, no aguardo do resultado do exame laboratorial.
Ainda nesta quarta, a Secretaria confirmou nova suspeita do caso. Dessa vez, de uma mulher de 38 anos, que também participou das festividades na fazenda e está internada desde a terça-feira, 13. No momento, ela aguarda respostas do exame de confirmação.
A febre maculosa já causou três mortes confirmadas pelas autoridades. Uma quarta morte está sob investigação. Trata-se de uma adolescente de 16 anos. Todos estiveram na Fazenda Santa Margarida, no dia 27 de maio, e participaram da Feijoada do Rosa.
O distrito de Joaquim Egídio, local da propriedade rural, é mapeado como área de risco para a doença. Em nota divulgada nesta quarta-feira, a Fazenda Santa Margarida anunciou que seguirá fechada pelos próximos 30 dias.
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