Senador Omar Aziz defende aprovação do PL das Fake News após morte de Jéssica

Senador Omar Aziz defende projeto de lei para combater disseminação de notícias falsas (Reprodução/Agência Senado)
Jefferson Ramos – Da Revista Cenarium Amazônia

MANAUS (AM) – O senador Omar Aziz defendeu nesta terça-feira, 26, em entrevista ao programa Band News Amazônia 1ª edição, a aprovação do PL das Fake News pelo Congresso Nacional. A declaração foi dada aos apresentadores Paula Litaiff, Dhyene Brissow e Ricardo Chaves.

A defesa do Projeto de Lei (PL), que está parado no Congresso desde maio deste ano, ocorre após Jéssica Canedo, 22 anos, morrer depois de duas “páginas de fofocas” disseminarem informações falsas sobre um affair dela com o humorista Whindersson Nunes.

“Temos que votar essa PL das Fake News. Isso não é bom para nenhum de nós que têm filho. Você vê uma pessoa que se matou porque inventaram uma situação. Ela já tinha problema de saúde e isso acelerou ela a tomar uma decisão que nenhum pai ou mãe quer para os seus filhos”, salientou Aziz.

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O senador Omar Aziz durante entrevista ao programa Band News Amazônia 1ª edição (Reprodução/YouTube)

O PL das Fake News pretende responsabilizar plataformas de redes sociais pelo conteúdo publicado, assim como funciona com a imprensa. Houve reação das big techs, como o Google, e a legislação foi retirada de pauta.

Inteligência artificial

Omar Aziz lembrou o caso do prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), que foi alvo de um áudio, possivelmente editado, em que ele aparece criticando os professores por conta do Fundeb. A Polícia Federal (PF) investiga e suspeita de uso de Inteligência Artificial (IA) e considera enquadrar o episódio na lei eleitoral.

“No que posso, ajudo o prefeito David, o senador Eduardo Braga também. Ele tem trabalhado. Agora mesmo liguei para ele e me solidarizei porque surgiu um áudio com inteligência artificial”, contou o senador.

Omar Aziz reconheceu o papel da imprensa profissional na democracia. Segundo ele, a imprensa presta um serviço de alertar os servidores públicos de algo errado. Ele rememorou alguns embates com a imprensa, mas reforçou que o jornalismo tira o gestor público de uma “casta” onde só “chega o que ele, você, quer ouvir”.

“Eu era muito alertado pela imprensa. Muita das vezes, saía uma nota num jornal ou portal e eu lia e depois ia me informar. Às vezes, era verdade. Isso alerta porque o governador e o prefeito vivem rodeados de uma casta em que só chega no teu ouvido aquilo que você gosta de ouvir”, afirmou.

Entenda

Os ministros Silvio Almeida, dos Direitos Humanos, e Cida Gonçalves, das Mulheres, defenderam a responsabilização de plataformas digitais no caso da jovem Jéssica Vitória Canedo.

Pelo X, antigo Twitter, Silvio defendeu a regulação das redes sociais. “Por isso, volto ao ponto: a regulação das redes sociais torna-se um imperativo civilizatório, sem o qual não há falar-se em democracia ou mesmo em dignidade. O resto é aposta no caos, na morte e na monetização do sofrimento”, afirmou ele.

A titular da pasta das Mulheres, Cida Gonçalves, também usou a rede social para pedir a responsabilização das plataformas. Cida criticou o suposto lucro dessas plataformas em cima da misoginia e da desinformação.

“É mais uma tragédia fruto da irresponsabilidade de perfis, nas redes sociais, que lucram com a misoginia e disseminação de mentiras e, igualmente, da falta de responsabilização das plataformas”, publicou Cida.

Whindersson Nunes publicou um vídeo em seu perfil no Instagram, na noite de domingo, 24, em que se solidarizou com os familiares de Jéssica e pediu por medidas que impeçam que casos parecidos aconteçam novamente.

Ele afirmou que tem se mobilizado para criar uma lei que leve o nome de Jéssica e que seja responsável por regular o “jornalismo não oficial”. Whindersson se refere ao ato de “páginas de fofoca” repercutirem fatos e até criar matérias com fachada jornalística, sem a devida apuração e confirmação.

Jéssica Vitória Canedo, à esquerda, e Whindersson Nunes, à direita (Montagem: Paulo Dutra/Revista Cenarium Amazônia)

“Me comprometo a acompanhar as investigações e iniciar um movimento para ver se a gente cria uma lei chamada ‘Jéssica Vitória’, para aprimorar a legislação brasileira nesse negócio que tá acontecendo agora, que é esse ‘jornalismo não oficial’. Isso é muito perigoso”, afirmou Whindersson.

Leia mais: Após morte de Jéssica, Whindersson pede criação de lei que combata ‘jornalismo não oficial’
Revisado por Adriana Gonzaga
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