Sete em cada dez brasileiros já vivenciaram um evento climático extremo

Ribeirinho caminha pelo leito seco do Paraná de Tefé, no médio Solimões, no Amazonas, após seca extrema atingir a região - Lalo de Almeida - 12.out.2023/Folhapress
Da Revista Cenarium Amazônia*

SÃO PAULO (SP) – Uma pesquisa inédita feita pelo Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec) a pedido do Instituto Pólis revela que 7 em cada 10 brasileiros já vivenciaram ao menos um evento extremo ligado às mudanças climáticas.

Entre os episódios sofridos mais citados pelos entrevistados estão chuvas muito fortes (20%), seca e escassez de água (20%), alagamentos, inundações e enchentes (18%), temperaturas extremas (10%), apagão (7%), ciclones e tempestades de vento (6%) e queimadas e incêndios (5%).

O Ipec ouviu 2.000 pessoas com 16 anos ou mais entre os dias 22 e 26 de julho deste ano. A pesquisa encomendada pelo Instituto Pólis, com apoio do Instituto Clima e Sociedade, tem uma margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e um índice de confiança de 95%.

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O levantamento mostra que as temperaturas extremas —seja muito frio ou muito calor— são as ocorrências mais associadas pela população (44%) à crise climática. Em termos práticos, porém, a falta de água e a seca são os eventos que mais preocupam, sendo apontados por 34% dos respondentes.

Na sequência são citados temores em relação a alagamento, inundação e enchente (23%), incêndios e queimadas (18%) e chuva forte (17%). A preocupação com o advento do calor ou do frio extremo surge em quinto lugar, sendo temido por 16% dos entrevistados.

Ainda de acordo com a pesquisa, as apreensões variam de acordo com a classe e com cor dos entrevistados. Alagamentos, inundações e enchentes preocupam mais as classes D e E, sendo indicadas por 25% dos entrevistados desses segmentos, do que as classes A e B (19%). A média nacional é de 23%.

A população negra, por sua vez, apresenta maior preocupação (25%) em relação a essas mesmas ocorrências do que a população branca (21%).

Para pesquisadores que integram o Pólis, as respostas também indicam que a população brasileira defende o investimento em fontes renováveis de energia para combater as mudanças climáticas.

Do total de entrevistados, 84% dizem se preocupar com o futuro e apoiar o investimento nessas modalidades. Para 57%, a energia solar deveria ser priorizada em termos de investimentos públicos. Fontes hídricas (14%) e a eólicas (13%) são citadas na sequência.

Por outro lado, os entrevistados afirmam que o petróleo (73%), o carvão mineral (72%) e o gás fóssil (67%) são as categorias que mais contribuem para o agravamento das mudanças climáticas.

A pesquisa indica, de forma inédita, que há uma tendência de custo político cada vez mais elevado se o caminho das decisões governamentais continuar sendo no investimento de fontes não renováveis“, afirma o diretor-executivo do Instituto Pólis, Henrique Frota.

Os números mostram que os brasileiros querem investimento prioritário em fontes renováveis e entendem essa decisão como fundamental para o combate às mudanças climáticas“, completa Frota.

(*) Com informações da Folhapress

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