Sob chuva, manifestantes realizam ato em defesa do meio ambiente e do sauim-de-coleira em Manaus

Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium

MANAUS — Em meio à chuva, um grupo de manifestantes realizou um ato em defesa do meio ambiente na manhã deste sábado, 4, na Praça da Polícia, no Centro de Manaus. O movimento “A Amazônia Pede Socorro” distribuiu mudas de plantas aos participantes e também pediu proteção dos povos indígenas, ribeirinhos e do sauim-de-coleira, animal símbolo da capital e que está ameaçado de extinção no Amazonas.

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O professor Valmir Pozzetti, do Programa de Ciências Ambientais e Sustentabilidade na Amazônia (PPGCASA), da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), destacou à REVISTA CENARIUM que o ato acontece em alusão ao Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado neste domingo, 5, e busca o fortalecimento de questões ambientais e de interesse das populações que residem na floresta.

“Essa mobilização é extremamente importante, porque estamos em um momento em que o nosso País está em uma situação de desmantelamento, em relação ao meio ambiente, para atender aos interesses contrários aos interesses públicos. E este movimento busca fortalecer as questões ambientais, os povos indígenas e ribeirinhos, porque sem eles não haverá vida na Amazônia. E, sem vida na Amazônia, o planeta também perecerá”, destacou o professor.

Valmir Pozzetti reforça a importância da Amazônia estar à frente de atos em defesa das causas ambientais e salienta que a região cumpre um papel de grande importância na produção de oxigênio para o planeta, por conta do volumoso número de árvores existentes por todo o território.

“A Amazônia tem um grande papel nesse contexto e o Amazonas, por ser o Estado-maior da federação, que conserva a maior quantidade desse bioma, tem um lugar extremamente importante. Nós, que vivemos aqui, temos a obrigação de evidenciar e exaltar o papel da Amazônia para que todos os povos e todo o planeta tenha o conhecimento da importância desse bioma”, salientou.

Floresta preservada

A professora Márcia Medina, do Sindicato de Professores da Universidade do Estado do Amazonas (SindUEA), frisou à CENARIUM que a mobilização surge para pedir um socorro à Amazônia e também busca despertar o interesse da população para que se mobilize e mantenha a Floresta Amazônica preservada.

“O ato vem para pedir um socorro para nossa Amazônia. Estamos a uma distância muito grande da necessidade que o meio ambiente tem e os malefícios a ele estão acontecendo, mas isso não deve nos impedir de pedir às pessoas que continuem preservando. E na Semana do Meio Ambiente, estamos trazendo a importância de falar da preservação da nossa fauna e flora tão rica e que precisa de mais proteção”, destacou a professora.

Para a professora, as grandes mudanças começam com pequenos gestos. “A preservação do meio ambiente vai desde jogar o lixo no lugar certo. As pessoas precisam se conscientizar e não descartá-los na rua. Além disso, a população precisa fazer o seu papel dentro de casa, como não jogar óleo nos ralos, evitar o desperdício de água, usar menos plástico, sacos plásticos, uma verdadeira mudança no consumo”, pontuou Márcia Medina.

Sauim-de-coleira

Além de distribuir mudas de plantas aos participantes, o movimento contou com uma apresentação de atores e atrizes da Companhia de Teatro Vitória Régia, que se vestiram de sauim-de-coleira para protestar contra as ameaças ao animal.

“Tudo que acontece com a Terra, acontece com os seres que vivem nela e é fundamental que todo o artista que tenha consciência da sua arte, do seu fazer artístico, e se posicione neste dia e em todos os dias. Não é somente hoje, mas isso é uma pauta que você tem que levantar diariamente. A defesa do meio ambiente, o cuidado com o lixo e com o que está em torno da gente tem que ser todos os dias”, concluiu o ator e diretor da companhia, Nonato Tavares.