SOS Mata Atlântica: floresta perde 117 campos de futebol por dia em 2022

Árvore derrubada na Mata Atlântica. (Divulgação/ Ibama)
Com informações da Folhapress

BRASÍLIA – Um total de 21.302 hectares de floresta foi desmatado na mata atlântica no primeiro semestre de 2022. É como se 117 campos de futebol tivessem sido destruídos todos os dias, o que corresponde à emissão de mais de 10,2 milhões de toneladas de CO2.

Os dados são do terceiro boletim do SAD (Sistema de Alertas de Desmatamento), ferramenta desenvolvida pela SOS Mata Atlântica juntamente com a sociedade de geógrafos Arcplan e o projeto MapBiomas.

Trecho da mata atlântica no Paraná – Karime Xavier – 20.dez.2021/Folhapress

Lançado em fevereiro deste ano, o sistema é específico para esta vegetação e é capaz de detectar áreas afetadas a partir de 0,3 hectare.

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“A gente infelizmente estava contando com o aumento desmatamento em função do contexto político que temos vivido e dos ataques à mata atlântica, mas o tamanho nos surpreendeu”, afirma o diretor-executivo da SOS Mata Atlântica, Luis Fernando Guedes Pinto.

E segue: “É um número muito grande. Devíamos estar falando sobre reflorestamento e desmatamento zero, mas estamos indo na contramão de tudo e comprometendo o nosso futuro”.

De acordo com o novo relatório, a Bahia foi o estado que mais teve área desmatada nos primeiros seis meses deste ano, com 7.412 hectares derrubados, seguido por Minas Gerais (5.535), Paraná (1.607), Piauí (1.364) e Santa Catarina (1.350). Somadas, as áreas correspondem a 81% do total destruído.

Já entre os municípios, o que teve o maior somatório de área desmatada foi Baianópolis (BA), com 1.697 hectares, seguido por Santa Rita de Cássia (BA) e Porto Murtinho (MS), com 440 hectares cada um.

Áreas de mata atlântica com desmatamento no município de Rio Vermelho, em Minas Gerais

A SOS Mata Atlântica também publica o Atlas Mata Atlântica, projeto em parceria com o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) que anualmente levanta as áreas desmatadas no bioma.

Os dois estudos, explica Guedes Pinto, não podem ser comparados pois a metodologia e o período analisado são diferentes. “O SAD usa uma tecnologia nova, mais precisa, e é a primeira vez que a gente tem um dado de seis meses”, afirma.

Ainda assim, o levantamento mais recente do Atlas Mata Atlântica, divulgado em maio deste ano, já mostrou um grande crescimento do desmatamento.

Segundo o estudo, a destruição na mata atlântica saltou 66% em 2020-2021, em comparação ao período anterior (2019-2020). Foi o maior aumento percentual registrado desde o início do monitoramento, em 1985.

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