SSP inicia investigação sobre ameaças a conselho de extrativistas no Pará

A diretoria do CNS informou, após a invasão, que não vai se calar e continuará lutando contra as injustiças (Divulgação)
Da Revista Cenarium*

BELÉM (PA) – A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará informou que abriu inquérito para investigar o ataque ao escritório do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), em Belém, ocorrido na madrugada de sábado, 22. Segundo relatos da entidade e da organização “Terra de Direitos”, um grupo de criminosos invadiu o local, armado, agrediu membros do CNS e ordenou que parassem de denunciar a incidência de grilagem na região, sob ameaça de retornarem e executarem lideranças.

Ainda de acordo com as organizações, os invasores levaram documentos, computadores e antenas digitais do projeto “Conexão Povos da Floresta”, que beneficia indígenas, quilombolas e extrativistas. Em nota, a “Terra de Direitos” disse que a intimidação tem por objetivo “silenciar, fragilizar e paralisar o trabalho do CNS”, em um contexto de aumento expressivo do desmatamento na região amazônica.

Um grupo de criminosos invadiu o local, armado e agrediu membros do CNS (Divulgação)

“Ainda que tenham sido retomadas as ações de governo para fiscalização do desmatamento na Amazônia e de anúncio de reativação do Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm), em uma ação interministerial, é necessário que a proteção aos povos agroextrativistas e aos territórios – especialmente, aos ameaçados – seja medida urgente e prioritária de todas as esferas de governo. Também esperamos uma rápida apuração do grave atentado ao escritório regional do CNS, com a devida responsabilização dos envolvidos”, escreveu a organização.

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O caso

A diretoria do CNS informou, após a invasão, que não vai se calar e continuará lutando contra as injustiças sofridas nos territórios e contra as populações extrativistas, no Pará, e em qualquer outro Estado onde tem atuação.

O secretário-geral do CNS, Dione Torquato, declarou que as ações do governo federal de combate a irregularidades, como grilagem e desmatamento, têm causado indignação nos infratores e, consequentemente, o aumento de ameaças às lideranças que lutam pela proteção do meio ambiente e dos povos da floresta.

“Nos últimos três meses, o CNS tem percebido um aumento significativo de denúncias envolvendo ameaças a lideranças nos territórios. Tudo leva a crer que essas ameaças, inclusive, seriam uma consequência dos anúncios do governo federal de retomada da Amazônia”, destacou Dione Torquato que afirmou ainda:

“O CNS, historicamente, sempre defendeu a luta, a vida e a dignidade dos povos tradicionais, e continuará lutando, juntamente com o governo, para que as comunidades tradicionais e populações extrativistas, indígenas e quilombolas voltem a ter a segurança, proteção e defesa dos seus territórios”, concluiu o secretário-geral do CNS.

Leia também: Lideranças extrativistas do Pará sofrem atentado em escritório do CNS
(*) Com informações da Agência Brasil
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